31.7.04

Guia do underground

Dando prosseguimento aos Clichês da arte contemporânea e à Escola Urbana do LLL, o Na Cara do Gol, traz um nobre complemento:

Guia do Underground:
(cliquem aí no link para ver a longa explanação de cada ítem)

1. Faça as coisas só no branco e preto [apoiadíssimo!! cor é brega!]
2. Fale mal do sistema. [senão não tem assunto, óbvio]
3. Fale, sempre que puder, em sexo, drogas e rock'n'roll [isso sempre. se for mulher então seja bem boca-suja e fale bastante putaria, isso deixa os homens ainda mais excitados]
4. Faça referências a outros ícones underground da HQ e cinema [no meu caso, da arte contemporânea, e se possível fale mal]
5. E, sobretudo, o mais importante de todos: não ganhe dinheiro de forma alguma com seus gibis!![com seus quadros, sob pena de ver o seu trabalho pendurado em algum ambiente do Casa Cor. Venda só para colecionadores ou você arrisca de ser mais um integrante do anonimato mundial]

30.7.04

Os chinas estao ai

Fahrenheit 9/11 vale a pena, se você for um americano que mora no interior de Oklahoma e nunca leu um jornal na vida. Não tem nada ali que eu não soubesse, em linhas gerais, querendo dizer: a ligação da família Bush com a família real Saudita e com os Bin Laden, a ligação com o regime talibã por causa do oleoduto do Mar Cáspio, a tabelinha da Halliburton com a Enron, que o Saddam não tinha nada a ver com a história, etc. etc. O americano médio não tem idéia disso. O americano médio é comparável ao alemão médio na era de Hitler. Eles acreditam em qualquer coisa e escondem a realidade atrás de um patriotismo imbecil. Nos dois casos, o resultado foi/é um desastre.

Mas o que eu não tinha idéia, e isso me chocou, é que os Sauditas são donos de um pedaço consideravelmente grande da economia americana, lá pros muitos bilhões. E isso obviamente começa a explicar o rabo preso dos americanos. E eu não quero nem saber em como os chineses estariam manipulando os americanos também. Porque a gente fala mal dos americanos, mas são os chineses aqueles que serão os donos do mundo. Não precisa nem pagar pra ver, já é fato.

29.7.04

It's not my fault!

No último mês tenho travado uma luta entre a minha mente, que quer parar de fumar, e o meu corpo, que não quer que eu pare de fumar. A mente sempre deve prevalecer, pois o bom senso suportados pela comunidade médica mundial e as estatísticas de morte por câncer de pulmão estão me dizendo, não, me convencendo, de que fumar mata. Sou uma pessoa razoavelmente inteligente, sei que faz mal mas mesmo assim o meu corpo clama por um cigarro a cada hora que passa. Às vezes a minha mente esquece de se lembrar de fumar, mas o meu corpo está lá rogando por aquele prazer.

Depois de ver O Informante, anos atrás, o filme me convenceu de que a culpa definitivamente não é minha. Sendo que metade das substâncias presentes no cigarro não estão escritas no rótulo, propositalmente ocultadas do público pelas companhias, não tenho como saber de antemão porque essa porcaria vai me viciar. Só sei que cresci numa casa em que meu pai fumava 3 maços por dia e isso já me fazia uma viciada desde a mais tenra idade. Tá explicado: a culpa também é do meu pai. Também sempre tive uma certa queda pelo homem de Marlboro. A culpa é dos bilhões de dólares gastos em propaganda que eu não pedi pra ver durante a novela das 8. Além disso sempre admirei a Marlene Dietrich envolta de fumaça, ela era tão sexy com aquele cigarro que sinalizava a sua independência e uma banana para as mulheres submissas. E eu queria ficar assim, independente. Me venderam uma imagem de dependência, isso sim. A culpa é da Marlene Dietrich.

A verdade é a seguinte: eu sou viciada em cigarro porque me permiti ficar viciada. Me recuso a submeter as minhas vontades ou decisões de consumo a fatores que não controlo, à mídia, ao lobby do fumo, ao meu pai, ou à Marlene Dietrich. Se eu escolhi a minha causa mortis precocemente, ninguém não tem nada a ver com isso. Não tenho como evitar um acidente de carro ou um assalto, mas morrer por causa de cigarro é de uma burrice extrema.

O Super Size Me, filme que vai estrear daqui a 3 semanas no Brasil, fala exatamente disso só que com o consumo de fast food. Será que as pessoas conseguem evitar de comer hamburger no McDonald's? Até que ponto a decisão de entrar na lanchonete é um ato induzido? Não seria a propaganda ostensiva do Ronald McDonald vendendo felicidade em forma de carne prensada (junto com um brinquedinho) a grande culpada pela obesidade e má saúde da população mundial? Será que somos tão "gado" que não conseguimos basear nossas escolhas de consumo em nossas próprias convicções ou precisamos de um sistema para legitimá-las? O pior é que McDonald's' vicia. O fígado do cara do documentário quase virou um purê depois de 30 dias comendo McD no café, almoço e jantar, e o médico que o acompanhou durante a experiência disse que nunca tinha visto coisa igual. Há crianças nos EUA com início de cirrose decorrente do consumo de fast food. Onde se começa a resolver o problema?

Só sei de uma coisa: fumar ou não fumar, comer hamburger ou não, depende inteiramente de mim. Não dá pra culpar o mundo, ou sair por aí botando disclaimers em todas as embalagens. "Olha, fumar mata, depois não diz que a gente não avisou. Olha, hamburger engorda, depois não sai por aí processando a gente, tá?". O pior é que essas empresas são mests em relações públicas e não avisam nada, ocultam os seus métodos de produção deixando a população de consumidores orfãos de informação sobre as quais basear suas escolhas. Você só pode basear escolhas em cima de conhecimento ou experiência, e se o seu conhecimento é baseado no que você vê na propaganda, coitado de você, problema seu. Eu só sei que nunca mais vou pisar num McDonald's porque não quero endossar aquela nojeira, sou uma consumidora em potencial a menos, o meu dinheiro eles não vão ver.

Já o cigarro, o estrago já está feito. O meu corpo continua patrocinando a Phillip Morris e a Souza Cruz embora minha mente me diz que essas não são as minhas convicções. Sei que comecei a fumar por causa de uma imagem, mas a culpa é minha por ter me apaixonado pela Marlene Dietrich. Antes tivesse me apaixonado por suas pernas, essas sim valeriam a pena imitar.



24.7.04

Falta de imaginação

Os EUA alegam não ter conseguido prever os ataques de 11/9 por falta de imaginação.

Se burocratas tivessem alguma imaginação não seriam burocratas.

De vez em quando um artista que viaje na maionese pode ser útil na sociedade...

22.7.04

Art people are tired

Assino várias newsletters de revistas de arte, mas nenhuma, nenhuma mesmo é tão divertida quanto a da Flash Art, aliás, uma das melhores revistas de arte no mundo todo. O editor da revista, Giancarlo Politi, de Milão envia newsletters a partir do seu email pessoal com deliciosos comentários sarcásticos e ao mesmo tempo precisos e sábios sobre os acontecimentos do mundo da arte. Cito aqui um trecho engraçado sobre porque a arte contemporânea cansa quem gosta de arte:

Art People Are Tired

"So enough, enough please, dear curators and organizers, of pursuing exhibitions in diverse, inaccessible, far-away spaces, reachable only on foot in the burning sun or the pouring rain. Why should visiting an art exhibition necessarily involve suffering and pain? Perhaps it stems from a desire for the exhibition to be like the tired, worn out, depressed and prematurely aged art-worlders? It is an art world from which the joy, the gaiety, the pleasure, and (why not?) the happiness and youthful enjoyment of the participants are disappearing, to be replaced with ugliness (for men, women, and even children), discomfort, tiredness, and boredom.
This serious and suffering audience of 1000 people - this Barnum circus that seems as much like Lourdes as an art exhibition - whom one meets at Manifesta, at Documenta, at the Venice Biennale, makes you sad, and makes you look forward to the moments of separation and pause."

21.7.04

96 horas de chuva.

Choveu durante 96 horas consecutivas no Rio de Janeiro. Hoje finalmente vemos uma nesga de sol.
Quantos barracos foram inundados nestes dias? Quantos deslizaram pela ribanceira abaixo? A gente sabe que quando chove nessa cidade, chove pesado, mesmo assim, as pessoas não se previnem, as prefeituras não fiscalizam as construções para que possam ficar em pé em caso de tempestade. É um desolamento só. E agora com o céu abrindo no horizonte, quem se importa? É tudo festa de novo, tudo fica lindo, colorido, a vida é tão leve livre e solta. Até a próxima tempestade....

16.7.04

JG Ballard

Extraído da entrevista de JG Ballard sobre seu último romance "Millenium People":

"My real fear is that boredom and inertia may lead people to follow a deranged leader with far fewer moral scruples than Richard Gould, that we will put on jackboots and black uniforms and the aspect of the killer simply to relieve the boredom."

"Whether the internet or any other technological marvel can halt the slide into boredom and conformism I seriously doubt. I suspect that (as I pointed out in Super-Cannes) the human race will inevitably move like a sleepwalker towards that vast resource it has hesitated to tap - its own psychopathy. This adventure playground of the soul is waiting for us with its gates wide open, and admission is free."

Arrepios.

Leia a entrevista do The Guardian, vale a pena. Fala muito sobre arte, sobre a astúcia dos artistas e a falta de astúcia dos escritores, na opinião dele.

15.7.04

Saldo das expos

Fui na inauguração das duas: a da galera dos anos 80 e a da galera dos anos 00. A melhor? não sei dizer. Gostei de ver que quem participou do grande evento de 1984 finalment aprendeu a fazer arte, pois algumas pinturas lá dos anos 80, embora promissoras, eram muito ruins. Mas tudo bem, só Picasso e outros raros casos foram gênios aos 20 anos. O importante é reconhecer as sementes do bom talento de um artista nessa idade tenra. E é muito interessante ver o percurso de um artista ao longo de 20 anos, seus erros e acertos, as escolhas feitas por x ou y material, as imagens e sínbolos que caíram e outras novas que eram tímidas na juventude e passaram a ser dominantes nos dias de hoje.
Na exposição do Parque Lage, é exatamente a energia descontrolada dos jovens que se vê. Não importa tanto a qualidade, realmente, o que importa mesmo é o tesão qu se tem pela coisa. Tesão nos novos existe de sobra, mas incrivelmente achei tudo numa escala super intimista. A maioria dos trabalhos era de pequeno formato, dava até pra carregar debaixo do braço. Fora algumas performances, que continuo achando o ponto fraco da arte contemporânea, e poucas instalações, grande parte dos trabalhos era de parede ou cabia num pedestal. Obviamente tinha muita porcaria mas alguns nome promissores já começam a surgir: Felipe Barbosa ( o "golden boy" da arte contemporânea, esse quase não conta, já é unanimidade), Eduardo Costa, Eduardo Berliner, Lúcia Laguna (uma das melhores pintoras dessa leva, põe a Beatriz Milhazes no chão), Márcia Lisboa, Amalia Giacomini, Marco Antonio Portela. Pode ser que numa segunda visita destaque outros. Mas atenção a estes nomes. Eles podem ser o futuro da nossa arte brasileira.

MAS, vale ressalvar que embora 140 artistas novos tenham participado desta exposição, isto não significa que sejam os únicos 140 ou os melhores. COnheço muitos, mas muitos artistas jovens por aí que não estavam lá mas dão de 10 em alguns trabalhos que vi expostos. A galera do Figura, do Projeto Subsolo por exemplo não estavam lá, mas mereciam. Atenção a estes também, lição de que o Parque Lage não ocupa mais o centro do universo da arte contemporânea, embora seja um polo significativo, mas apenas mais um.

13.7.04

Posição 2004

Paralela à mostra no CCBB, abre no Parque Lage a Posição 2004 amanhã, uma espécie de Woodstock da arte contemporânea feita exatamente nos moldes da histórica exposição de 20 anos atrás. São 140 artistas da Geração 00, a primeira geração de artistas contemporâneos a ter retrospectiva garantida daqui a 20 anos, quando deixarão de ser contemporâneos e serão algum rótulo que a história ainda não criou. Fiquei de fora dessa, obviamente, porque não frequento o Parque Lage nem sou amiga do Fernando Cochiaralle, mas tem muita gente boa (amigos meus inclusive) expondo.

Vale a pena ver, só até o dia 18/07. E no domingo o pessoal do Galaxi vai fazer o piscinão do Parque Lage. Piscinão, heim!

Geração 80

Abre hoje no CCBB do Rio a exposição "Onde está você, geração 80?", que reavalia a produção dos artistas que participaram do evento Como Vai Você, Geração 80 ?, ocorrido na Escola de Artes Visuais do Parque Lage há 20 anos.

Composta por quase 180 obras, a mostra apresenta a produção dos artistas do movimento de 1984, que valorizaram a diversidade da linguagem aliada à experimentação conceitual, estabelecendo, assim, os fundamentos da ação artística contemporânea.

Ao entrar na primeira sala da exposição, vê-se pinturas de gosto bastante duvidoso, até ruins, como pinturas de jovens constumam ser. Mas não sem energia. O que se vê é um total despudor em relação à arte. Naquela época expunham tudo, em escala gigante, não importava o quê, pintura, colagem, qualquer coisa valia. Depois do rigor conceitual dos anos 70 e com as Diretas Já podia-se mesmo só esperar um certo espírito de libertação nas pessoas, e por consequencia na arte.

Daí isso ter virado um fenômeno mercadológico já é outra história. Os novíssimos artistas daquela época quase só faziam pintura, e não tem coisa melhor para o mercado de arte do que pintura: é valioso e transportável, ao contrário dos trambolhos de instalação e esculturas que se produzem hoje em dia (e que já se produziam naquela época também).

Tá, o espírito era o máximo, mas passei por aquelas salas e percebi pouquíssimos clássicos. Tudo me pareceu muito datado, como se os anos 80 fosse o último suspiro do século 20. Mas talvez tenha achado datado porque sou cria dos anos 90, das crises de representação frente às tecnologias digitais e de produção e distribuição ainda mais massificadas. Politicamente falando, vivemos uma democracia nova com um presidente que, no meio do mandato, já pede desculpas pelo que não fez, com um megalômano chefiando o mundo e com a internet nos tomando tempo e dinheiro, e gerando novos caminhos. Entramos numa era de diálogo intenso entre máquinas.

Sei lá, acho essa geração 80 um pouco naïve, mas não menos forte. Nós hoje somos menos ingênuos, mas muito mais temerosos de tudo. Parece que o mundo nos engoliu, enquanto há 20 anos, eles ainda estavam engolindo o mundo...

8.7.04

Projeto Figura

Semana passada houve mais uma exposição do Projeto Figura no Rio de Janeiro. É um projeto que faz exposições que duram somente 1 dia e exibem jovens artistas contemporâneos. Geralmente, as exposições são feitas em casas antigas e abandonadas, galpões, ou na residência de alguma patrono que decide ceder o seu espaço à causa nobre da arte contemporânea. É uma maneira de burlar o sistema comercial das galerias ou institucional dos museus para exibir arte novíssima. E funciona super bem, as exposições chegam a ter 300 pessoas por edição. Um sucesso.

O evento já chegou à 6a. edição em menos de 2 anos, e é bastante cobiçado por artistas jovens no Rio. É claro que eu já participei do evento, senão não estaria fazendo um comercial para as minhas amigas artistas Claudia Tavares e Dani Soter, as idealizadoras e organizadoras do projeto.

Vejam ai o meu trabalho exposto no projeto.

6.7.04

Aguarde sua vez

Na mesma linha de espaços e desenhos do tédio, amplamente documentados no meu fotolog, apresento o texto Quem espera sempre espera quem espera. do meu amigo e comparsa tédio-subversivo Substantivo Concreto.

Elas devem chegar à casa do milhão. Não que saibam onde mora o milhão, muito pelo contrário, trabalham em sua maioria para aqueles que não querem saber onde mora a fortuna ou até mesmo a pequena remediação; são pousada momentânea para quem busca abrigo financeiro, estão espalhadas ao redor de avenidas, encimadas por outras, sobre mais algumas. São o monumento à paciência universal, e ainda tem encosto.

Mesmo próximos, seus convivas não imaginam que conversam entre si, trocando informações corriqueiras, ou até mesmo confidenciais sobre a massa muscular que as ocupa. E são muitas por dia: a senhora que não usa roupa de baixo, o Office boy que invariavelmente carrega um cd player no bolso traseiro, a mãe com dois filhos, que colocam os pés sobre o assento, as lágrimas da casa entregue, a raiva do emprego perdido, a indignação do achincalhamento público. A resignação, aguarde seu número senhor, indica o dedo da moça que a sua senha é 618 quando o mostrador não sai do 580.

Até mesmo um chá, com propriedades relaxantes, a sabedoria popular diz poder delas retirar-se. Como no mundo das lendas tudo é sempre mais verdade se contato com exagero, acreditam todos que esperam que o próprio ato em si, é a dose exata desta bebida. Bebem, ainda assim, a própria saliva, esperando eternamente que o vento mude. Esquecendo-se contudo que não são barcos à vela as cadeiras que, invariavelmente, os abriga. São portos, partos, prismas, pistas, pústulas...sua vez senhor....senhor?


Simplesmente genial. Vou te contratar pra escrever o texto do meu catálogo...

Adoração ao feminino

Pois é.
Fiquei longe um tempo.
Sem assunto.

Estava lendo Código da Vinci, aliás, sensacional.

O mais interessante não é necessariamente o thriller, mas as informações históricas de arte que são absolutamente maravilhosas para quem gosta de história medieval e de arte como eu. Pode ser baboseira pura de um autor americano com um nome pra lá de comum (Dan Brown) com bestseller #1 segundo o NewYork Times, mas que é maravilhoso observar os clitóris em formato de rosa nas portas das catedrais medievais é (leia o livro para saber porque). E o livro todo recai como um ode às mulheres, à "adoração do feminino", ao mito de Maria Madalena como esposa e mãe do filho de Jesus, como a mulher sendo o centro da civilização ocidental mas tendo sido acachapada pela decisão de uns poucos romanos oportunistas no século 4 que definiram Deus como sendo Homem. Idéia absurda essa, o Homem sendo o criador quando quem cria é a mulher.

Mas não sou tão bobinha a ponto de achar que só o Código da Vinci basta para entender os símbolos dos cavaleiros templários e histórias de ordens medievais secretas e o significado da rosa ou da cruz em toda a história do cristianismo e por extenso a história do ocidente. O livro apresenta isso de forma mastigadinha, fácil de entender. Depois do Código da Vinci, peguei o livro "The Power of Myth" de Joseph Campbell e está tudo ali, todos os símbolos da era cristã descritos de forma implacável. E lendo estes dois livros lembrei-me de toda a literatura sobre as ordens secretas cristãs, como os cavaleiros Templários, os Rosa-Cruzes, os Maçons, e tudo se encaixa perfeitamente. Depois do Poder do Mito, encontrei um antigo livro comprado num sebo cubano sobre arquitetura gótica, e novamente, a simbologia da adoração do feminino está toda ali, as rosas como símbolo supremo de maria madalena, o cálice como símbolo de fertilidade, a espada como símbolo de virilidade, as portas das catedrais no formato de grandes vaginas decoradas com cenas do juízo final querendo significar a entrada do espírito para dentro do corpo divino, para dentro da igreja em formato de cruz...

Esses medievais, com todo o seu obscurantismo eram realmente geniais. E foram graças a eles que todo o conhecimento da antiguidade sobreviveu...