25.6.04

Surrealismo

a pipi papa a papa
ó tia, é a teia!
a lata é da lili
ele dá o dado a aída
o capote é teu,
é a tua cama
o pai toca a viola
a e i o u p t l d e m pi pi pa pa po po
pum!

--autor desconhecido, copiado por mim aos 5 anos de idade.

extraído do meu caderno de alfabetização recebido pelo correio há poucos dias depois de passar 23 anos lacrado em outro país.

A origem das cores

Artista contemporâneo se acha o máximo por utilizar materiais cotidianos, fazer luxo com lixo, botar pena de pavão em fiofó de galinha, se pendurar de cabeça pra baixo e falando ao contrário. Parece que cada artista quer reinventar a roda, na corrida pra ver quem consegue ser mais original. Parece também que a arte "conceitual" é invenção daqueles artistas com menos de 40 anos de idade. A arte conceitual remonta desde o tempo das cavernas, e a própria arte com seus materiais "tradicionais", ou seja, tintas, pigmentos, pincéis, às vezes não parece ter nada de tradicional. Estudando a origem dos pigmentos, encontrei verdadeiras pérolas conceituais como extrato de urina de vaca fervida, secreção de ostra e folhas de cobre suando dentro de folhas de parreira, que remontam desde a antigüidade. Alguns exemplos tirados do meu "Painting Materials", bíblia de qualquer um que ousa empunhar um pincel:

Amarelo Indiano: extrato orgânico preparado originalmente na área de Bengal na Índia derivado da urina de vacas alimentadas exclusivamente de folhas de mangueira. Era vendida em extrato seco no formato de bolas com aparência externa marrom mas com interior de cor amarelo-limão brilhante. Hoje, essa prática é proibida por lei, e o que vemos hoje é um substituto sintético com qualidade e dirabilidade similar.

Indigo: Tinta azul de uso conhecido como tintura no Egito antigo, e muito mais tarde usado com pigmento usado para pintar escudos de guerra dos soldados romanos. Mencionado em registros históricos datando do século 13 em transações comerciais da européia com o Oriente (um dos produtos de importação mais valorizados da época eram pigmentos). Utilizado na pintura italiana pré-renascentista, tendo sido amplamente utilizada durante e após a renascença. No Oriente, indigo era cultivado em toda a Índia e na China e utilizado principalmente para tingimento de tecidos e também na pintura de painéis na China e na Ásia Central.

O indigo é extraído da planta "Indigofera" amplamente plantada na Índia e comercializada pelos europeus desde o séc. 14. É um dos únicos azuis derivados de plantas, sendo que quase todos os pigmentos azuis derivam de metais ou pedras.

Verdigris: O nome é uma contração de "vert de grèce", verde grego. Cor antiga, com preparo registrado pelos romanos. A cor se forma em chapas de cobre expostas aos vapores de folhas de parreira fermentadas, ou lacradas em barris sobre vinagre. Depois da oxidação das placas de cobre, raspa-se o substrato e assim é obtido o pigmento puro. Cor amplamente usado em iluminiras medievais, mas devido à sua natureza metálica instável, pode se tornar marrom escuro com a exposição à luz natural, ou pode "comer" o papel onde foi colocada, deixando buracos em diversos manuscritos medievais.

Tyrian Purple: Um dos mais importantes e mais caros pigmentos naturais da antiguidade. Era preparado com tintas de vários moluscos incluindo murex brandaris e purpura haemostoma encontrados na costa do Mediterrâneo e do Atlântico e nas Ilhas Britânicas. Quantidades enormes destes moluscos eram usados para tingir tecidos e ainda são encontradas pilhas das cascas dos moluscos em alguns sítios históricos na costa grega. A secreção do molusco está contida dentro de uma pequena veia ou cisto que, quando quebrada ou partida pela mão, secreta um fluido branco. Os tecidos são bahnados neste fluido branco e postos a secar ao sol que "revela" a tintura púrpura brilhante . Os diferentes tons dependem do tipo de molusco e o tipo de exração do fluido branco.

Segundo Plínio, o melhor pigmento era extraído na Tíria, e era a cor utilizada nas vestes reais romanas, cor que até os dias hoje simboliza realeza. Esta cor parou definitivamente de ser usada e extraída segundo as técnicas antigas no século 7.

Sepia: secreção preta ou marrom-escura tirada da bolsa de tinta de polvos ou lulas.

Laca Indiana: Tintura vermelha orgânica natural derivada de uma secreção resinosa da larva do inseto Coccus lacca que vive em certas árvores da espécie Croton ficus na Índia, Birmânia e outros países do Oriente. Também utilizada como verniz quando processada de forma alternativa, produzindo o popular "shellac", verniz de uso muito popular na pintura a óleo.

Pau-Brasil: Sim, não só é uma árvore, mas é uma cor, razão pela qual fomos descobertos e deflorestados, para tingir de vermelho o vestuário de luxo europeu. É uam tinta vermelha natural extraída da árvore Pau-Brasil. A tintura pau-brasil na Idade Média vinha do Ceilão e já tinha esse nome muito antes do portugueses descrobrirem a terra que mais tarde seria chamada de Brasil. A espécie de pau-brasil chamada Pernambuco, que vinha da Jamaica, tinha o dobro da quantidade de tinta do que outras espécies. O extrato do pigmento é obtido com o cozimento das lascas de madeira em água fervente e através da concentração do pigmento no vácuo. O PAu-Brasil foi amplamente usado na Idade média para todos os fins, desde iluminuras de manuscritos a vestuário mas foi substituída por cores sintéticas mais brilhantes ainda no século 17.

22.6.04

Nunca subestime um pintor

Alguém já se deu conta de que um artista frustrado já foi o maior anticristo que jamais exisitiu? Pois é. Nunca julgue ou rejeite um pintor, por pior que seja, porque no dia deguinte ele pode mandar sua família pra camâra de gás.

E nunca sacaneie demais um mau aluno na sala de aula. Você nunca sabe se aquele imbecil vai se tornar presidente....

21.6.04

O Dedo Divino

Ainda criança me disseram que meu maior defeito era ser curiosa demais. Sempre gostei de fuçar as intimidades dos outros, mas de maneira discreta, lendo os diários da minha irmã que ela guardava debaixo do colchão escondida, ou remexendo na caixa de fotos privadas da minha mãe. Como boa ladra que sou, sempre botava tudo exatamente no mesmo lugar e ninguém nunca desconfiou.

Quando morava em NY, subloquei o apartamento de uma lésbica judia ex-combatente da militância estudantil americana nos anos 60, e lá estavam 30 anos de diários nas estantes. Passei um ano lendo a vida dela inteira, e por mais que seja curiosa, havia coisas ali que eu preferia nem ter sabido. A intimidade das pessoas pode ser barra pesadíssima, sombria, e os diários são o buraco negro da consciência. Tenho grande apreço pela correspondência alheia também. As pessoas muitas vezes escrevem cartas de amor de que se arrependem de ter enviado, ou expõem pensamentos para um amigo longínquo que nunca teriam coragem de admitir em voz alta, ou para alguém mais próximo.

Faço isso até hoje. Acho que porque assim passo a conhecer as pessoas de forma não-mascarada, como elas são no seu estado mais cru, mais profundo, mais íntimo, mais honesto.

Isso tudo para recomendar uma leitura deliciosa: Os diários de Sylvia Plath. Esqueçam o filme com a Gwyneth. O lance são os escritos. A garota já era uma escritora madura aos 17 anos. Acho que isso me leva a crer que os grandes escritores/artistas já nascem grandes, que transformam tudo o que tocam com seu dedo divino. Não sei se é predestinação, ou simplesmente talento natural, ou mesmo trabalho. É algo inexplicável embora determinista. Ou tem o toque divino, ou não tem.

E é foda começar a entender que de repente você não tem o dedo divino. Pior é não saber o quanto precisa trabalhar para conseguir o toque divino. E nesse meio tempo, fico na sombra da alcova vendo fotos secretas dos outros, lendo os diários das outras, e enchendo páginas e páginas de cadernos até chegar a alguma conclusão sobre o que é ser profundo, honesto, e divino...

17.6.04

Moça com brinco de pérola

SImplesmente sublime, este filme.

Vermeer foi um daqueles pintores com uma das menores produções (pintou 44 quadros na vida toda) mas com um dos maiores impactos na história da arte. Praticamente inventou a câmera obscura, a primeira câmera fotográfica [por assim dizer], e foi um dos primeiros a utilizar a imagem virtual para estudar e entender a luz para depois traduzi-la em pintura. Era um gênio isolado em Delft enquanto os italianos (Caravaggio, Veronese, etc...) comandavam a massa das artes na Itália o centro das artes no século 17 com seus chiaroscuros maneiristas.

Tem algo sobre a luz de Vermeer que é única, intraduzível, emocionante, sublime. Existe algo de extrema sedução em transformar pigmentos em tintas, nas inúmeras camadas de veladuras e vernizes, fazendo com que um pequeno quadro (Vermeer nunca pintou nada que não pudesse ser carregado debaixo do braço) seja uma verdadeira jóia de poder indescritível. Dá até pra sentir o cheiro da tinta. Aliás foi o cheiro de tinta que me fez querer ser artista, não as imagens, mas o cheiro de óleo de linhaça. Vermeer cria um universo paralelo com sua arte de tão completa, e é isso o que faz a grande arte ou os grandes livros: aquela qualidade que te faz mergulhar dentro de um mundo que é completo dentro daquela visão.

Mas, fiquei com nostalgia por uma época em que não vivi, de uma visão que hoje não existe mais. "Porque você não pinta assim, Isabel?" perguntou meu marido. Respondi, "porque não dá." Não dá porque esse tipo de qualidade sublime não existe mais. Não dá porque não se ensina mais pintura em termos de vernizes e veladuras e porque inventaram a tinta acrílica. Não dá porque temos pressa e tudo é rapido demais. Não dá porque não sabemos mais o que é ser ou fazer o sublime. Só o que podemos fazer hoje é simular o sublime, e isso não é bom o bastante.

15.6.04

3x4

Em janeiro deste ano, criei um fotolog público chamado IDCard onde todos os fotologgers podem postar as suas fotos de identidade.




O fenômeno blog e fotolog me fascina. Sem gastar um tostão, tenho um canal de distribuição com a maior eficiência possível para transmitir minhas idéias e obras, mas a coisa tomou outra dimensão com o fotolog público. Projetos interativos e colaborativos não são nada de novo na arte digital, mas como não sei nada de programação para criar meus próprios mecanismos fico limitada aos sites públicos.

Acho que as pessoas que comandam fotolog públicos não têm noção que têm em mãos uma ferramenta poderosa para a arte digital. Como não sou boba, fui logo montando o meu como um projeto de arte. E como um dos temas na minha arte é a questão da (perda de) identidade na internet, fui logo tratando de saber a cara das pessoas por trás dos pseudônimos.

Atrás da tela do computador, não interessa se você é manco, caolho, branco, preto, ou azul, velho, ou mongolês. O que importa é que você é um ponto de conexão na rede. Mas fico me perguntando sobre quem está por trás desse ponto de conexão. Navego intensamente todos os dias me comunicando com muita gente sempre, mas parece que estou falando com as pessoas dentro de um quarto escuro. De certa forma tenho o desejo de querer "ver" a pessoa, de saber que ela realmente existe fisicamente, em carne e osso. Pode ser um desejo arcaico, mas mesmo orientando minha arte para o digital e virtual, ainda sinto a necessidade de matéria. Se não posso ter matéria, posso pelo menos provar que ela existe.

Porque a foto de identidade? Tenho aversão a burocracia. Meus maiores problemas de integração na sociedade é quando tenho que confrontar o meu ser civil. Me incomoda o fato de ser mais um número, de ter que usar crachá com foto quando vou visitar cliente, de ter que tirar visto em passaporte, de tirar carteirinha até para alugar video na esquina. Me sinto um agente livre na sociedade, tenho natureza nômade e ser identificada, rotulada e carimbada me incomoda, e muito. E sendo artista, sinto que explorar os meus temores rendem sempre as minhas melhores idéias.

Mas há algo de interessante no mundo da imagem em relação à documentação civil, de registro. É um gênero quase à parte, com estética própria, função específica e contexto definido. No mundo de hoje não se circula mais sem ser vigiado, identificado, cadastrado em algum lugar e com o avanço das tecnologias de vigilância, ser fotografado nem é mais um ato intencional. Em termos de fotografia, é o tipo de experiência que todo ser humano no planeta com a fotografia pelo menos uma vz na vida. Sem foto não tem identidade. Sem identidade, não se existe. Se não existe, não faz parte do sistema. Se não faz parte do sistema, não tem direito a nada.

Os resultados são interessantes. Há pessoas que transgridem a seriedade das fotos e mostram a língua, dando uma banana pro sistemão. Outras pessoas postam 3 ou 4 fotos de documentos diferentes, em épocas diferentes com uma certa vaidade. Outras aparecem sorrindo, a maioria sérias e sempre com o corte de cabelo fora de moda. Ainda tem aqueles que postam fotos de identidade da carteira militar do pai que combateu na segunda guerra. Tem ate foto de gente que está completamente apagada, tem identidade mas não tem cara. A maioria é de pessoas brancas, poucos negros e asiáticos, e nenhum árabe. (seria o fotolog divertimento de branco? pena.)

Está esperando o que? Vai lá e postem suas fotos! Se não for membro do fotolog, envie a foto para idcard_project@yahoo.com e postarei por você. Mas só quero a foto, o seu nome e RG não me interessam...

14.6.04

Linhas e riscos

As pessoas usam a palavra "linha" e "risco" irresponsavelmente:

a linha da pobreza: abaixo ou acima, melhor acima, mas muitos mais abaixo

a linha de divisor de fluxos: aqueles totens com fitas em portas de cinema ou aeroportos que determinam onde a fila começa e acaba

perder a sua linha: só apagando

manter a sua linha: segurando o lápis?

linhagem: um monte de linhas?

linha de produtos: enfileirados como em procissão militar

tomar riscos: risco não se toma, se faz

o risco brasil: não é risco nenhum, é uma puta de uma mancha preta


13.6.04

Poesia

Passei o fim-de-semana no mato. Enquanto recortava imagens de revista em preparação para uma nova obra, a minha amiga lia poesia em voz alta. Ninguém menos do que Manoel de Barros.

Me toquei do fato de que a poesia, mais do que as tintas são essenciais para a arte. Sem poesia, ou inclinação poética, não há arte, pois ela toca no mesmo nervo da poesia: a da transformação dos elementos, da "dobra" dos significados, da junção ou criação ou disjunção de imagens de maneira não usual.

Se você se considera artista, então você deve ser poeta. Se não é poeta, não espere se tornar um grande artista.

8.6.04

Desânimo

Outro dia recebi um comentário que me preocupou. Senti que alguma alma que está incerta sobre ser artista leu aqui e se identificou. Não era essa a minha proposta, me desculpe! . Eu reclamo muito da burrice do meio da arte, mas nunca da arte em si. Arte é minha paixão, e vou ser totalmente intransigente sobre continuar fazendo arte, porque senão eu não existo. E espero que aqueles que estão começando, assim como eu, não desanimem, porque é difícil mesmo, é um processo lento, e tem que saber lidar com as frustrações. Enquanto a informação vai à velocidade da luz, o maturamento de um artista leva uma vida inteira. Mas ainda é melhor que a alternativa. Passar a vida sendo uma outra coisa medíocre, nem pensar. Ainda acho que a arte é um dos poucos meios que temos hoje em dia de sermos absolutamente e intransigentemente individuais. Não individualistas, mas individuais, singulares, únicos.

Estar decepcionado com o estado da arte é uma coisa, estar decepcionado com sua própria arte é outra completamente diferente. Mas infelizmente, sinto que muitos dos meus colegas estão muito carentes e inseguros nesse meio da arte. Porque? Porque hoje não temos um inimigo visível como antes era a arte acadêmica. A ruptura, há 50 anos atrás, era total contra os cânones da "bela" arte, em favor de experimentos mais livres de dogmas. Essas rupturas se tornaram nossas referências mas ainda continuam sendo rupturas, e hoje, com essa pluralização e globalização, a coisa implodiu em mil pedacinhos. Pois bem, eu e você somos um desses mil pedacinhos. O que importa agora não é um movimento ou uma ruptura total com o passado, mas uma estratégia de individualidade no presente. Tomar muito cuidado para a identidade e subjetividade não ser diluída em modelos impostos pela publicidade ou revistas de fofoca, e manter uma visão limpa do mundo, mesmo que o mundo não seja limpo. Isso requer um esforço absurdo em trabalhar a subjetividade do artista e perceber o que acontece no mundo externo, os novos meios, a política, os canais de distribuição alternativos, para assim chegar a uma solução no plano pessoal que vá carregar algo de universal. Quanto mais preciso na subjetividade, maior a chance de comunicação universal.

Isso vale para todas as artes, não só para a pintura, a arte de novas mídias, ou a instalação. Essas são todas vibrações da mesma coisa, manifestações físicas do mesmo trabalho.

O resto é blá blá blá.

7.6.04

Artistas e taras

Diz o meu mestre que o artista tem que ser como um tarado, pensar na coisa obsessivamente o tempo todo...

5.6.04

Poesia Contemporânea

Baile do funk do vizinho me dando a maior insônia. Insônias são momentos criativos. Mas hoje, só tenho ouvidos para a inspiração vinda da mais pura poesia contemporânea, linguistica da melhor qualidade:

[batida funk ao fundo]
tá tum-tá tum tum tá tum-tá, tá tum-tá tum tu......

"Cutuca, cutuca, cutuca até o fundo!
Cutuca, cutuca, cutuca até rasgar!"

"bota bota///bota bota///bota bota////
bota na boca, bota na cara, bota onde quiser
bota na boca, bota na cara, bota onde quiser"

"não, não, não, não, pára pára não,
ei, ei, ei, ei, vem cá
Danielle! Danielle!
pára,pára não
de costa, de costa, pra mim só dá de costa
se joga, se joga, se joga nos meus braço
Danielle! Danielle! quem nunca viu?
não pára, não pára, não pára de dançar,
Danielle! Danielle! quem nunca viu?'

"funkêêêê, fala funkêêê, 4x4 só pra eu /////
eu gosto é de xereca! ///
ganguêêêê, eu gosto é de xereca!"

"ô mulheradaaaaaa, tá afim de love, então tá afim de love, papai tá afim de love"

"bate a perna, bate o pé, sacode o corpo mulé"

"jaburu, jaburu, sai da cola jaburu
jaburu, jaburu, vai tomar no cu"

"chupi, chu-chupi, vem lamber meu pau, vem chupi chupi
chupi, chu-chupi, eu vou te dar meu pau, vem chupi chupi"

"na buceta, na bundinha, não importa o lugar
o que as menina gosta mermo é de (...) dar"

"só peitão, só peitão, eu quero eu só peitão
só peitão, só peitão, quero peitão na mão"

"teta, tê-teta, as empadinha tá com tudo,
teta, te-te-te-teta, as empadinha tá com tudo..."

"empurra empurra, na buceta
empurra empurra, só um pouquinho
empurraaaaa
empurra empurra, na buceta
empurra empurra, só um pouquinho
empurraaaaa"

"isso aqui tá muito bom, hoje ninguém me atura
vem! qualquer umaaaaa, v-v-v-v-vem! qualquer umaaaaa
sso aqui tá muito bom, hoje ninguém me atura
vem! qualquer umaaaaa, v-v-v-v-vem! qualquer umaaaaa"

"vc quer que eu te chama de que?
vc quer que eu te chama de que?
heim? Cachorraaaa
vc quer que eu te chama de que?
vc quer que eu te chama de que?
[tum tum] cachorraaaa"

"...vem pra mim agora, vem cá minha preta,
o que você precisa é de língua na bucetaaaaaa
tu vai levá sequencia de cerol
bota a minha pirocaaaa na sua xoxotaaaaaaa
tô nem aíííí, tô nem aíííííí"

"sai sai sai á á á á sai sai sai da patamoooo
sai sai sai á sai sai sai seu viadoooo"

"quando ela vem ela grita hã hã
quando ela vem ela chora hã hã
pirocada na xoxota
quando ela vem ela grita hã hã
quando ela vem ela chora hã hã
pirocada na xoxota'

com tanta inspiração, só me resta o melhor remédio para insônia: sexo.

3.6.04

Quando a guerra tortura a arte

Sempre que penso em San Francisco, imagino os Beatniks foragidos de NY e meninas queimando sutiãs nos anos 60, um pequeno enclave de liberalidade e originalidade no meio dos Estados Unidos. Mas isso mudou de um tempo pra cá.

Há poucos dias, uma galerista de San Francisco foi recebida com um soco na cara dado por um visitante à sua galeria, seguido de uma cusparada e ovos jogados na vitrine. O motivo? Uma pintura do artista Guy Colwell, expositor da galeria do mês de maio, que, ao ver as fotos dos torturados no Iraque, resolveu fazer um quadro mostrando 3 prisioneiros iraquianos sendo torturados como alusão aos crimes recém-descobertos e vistos por toda a humanidade.

Depois de suportar ameaças de morte pelo telefone e pela internet por 2 semanas, a galerista decidiu fechar a galeria devido à sua decepção com o tipo de público da cidade. Esperava mais abertura por parte dos moradores de San Francisco, que, claramente, têm uma noção muito clara do tipo de arte que querem ver nas galerias que adornam suas ruas, provavelmente pinturas de paisagens com pôr-do-sol, nuvenzinhas e cafonices do gênero. Nem mesmo os "First-Amendment Lovers" conseguiram que a galeria não fechasse as portas.

Pena, menos uma galeria interessante no mundo.

Como Madonna disse durante o show, o sonho americano acabou...



San Francisco Chronicle

2.6.04

Blog do Itaulab

Pra quem quiser saber mais sobre cultura digital na arte, aqui vai a dica para visitar o Blog do Itaulab.

O Itaú Cultural é talvez a única instituição forte no Brasil que vem se dedicado sistematicamente às novas mídias e à cultura digital, mesmo que o Governo Federal não reconheça a arte digital como forma de arte passível de ganhar patrocínio....

Artistas e doenças comportamentais

A medicina moderna não deve ter mais o que fazer. Ficam especulando sobre quais alimentos fazem mal à saúde (quase todos até agora), sobre a origem da homossexualidade e, agora, sobre doenças comportamentais de artistas mortos em alguns séculos.

Achar que todo artista tem um parafuso a menos já não é de hoje. Várias pessoas ainda acreditam que artistas são sofredores como Van Gogh ou depressivos como Francis Bacon, ou têm o lado esquerdo do cérebro tão debilitado e deformado que não sabem fazer contas ou exercer tarefas simples do dia-a-dia sem comoção. Agora surgiu uma teoria que Michelangelo era autista em grau severo, e daí a razão para a arte ser o seu "único elo com o mundo", que Goya pintava como pintava porque era caolho, que a miopia de Monet era tão avançada que enxergava tudo embaçado, e que a depressão de Mary Shelley por ter perdido um bebê gerou o romance Frankenstein. Certezas e especulações à parte, certamente um estado mental mais fragilizado ou uma debilidade física faz com que a sensibilidade aflore por outros meios. Mas não creio que isso seja exclusividade dos artistas, só fica muito mais charmoso ser artista com um handicape qualquer. Afinal, uma pessoa normal nunca poderia ser sensível o suficiente para fazer algo de extraordinário, não é mesmo?

Isso é o maior clichê da arte: todo artista é meio maluquinho.

"The character traits they are referring to - obsessional behaviour, fiery temper, propensity to be a loner - could be linked to many artists (...)." ("Os traços de caráter a que eles [os médicos] se referem, como comportamento obsessivo, temperamento ruim e propensidade à solidão, podem ser atribuídos a muitos artistas (...)), e eu adicionaria: psicopatas e fofoqueiros também.

Médicos: vão descobrir vacina pra AIDS! Vão pensar como curar câncer!! Deixem os artistas em paz nas suas doces esquizofrenias!!

Was Michelangelo's artistic genius a symptom of autism?. The Independent.

1.6.04

Mais Buscas

Algum leitor que caiu aqui através do Google buscou por "how can i become a professional artist" (como me tornar um artista profissional) e clicou aqui. Mas o primeiro resultado dessa busca foi "How can I become a Pofessional Con artist". (como me tornar um trapaceador profissional).

Com vovó dizia, para uma pergunta idiota sempre tem uma resposta cretina...