17.5.07

Crítica do Fake

Eu sei que vai tarde, com uns meses de defasagem, mas achei esse texto tão bom! É sobre a exposição FAKE que idealizei e produzi com o meu coletivo DOC em novembro do ano passado no Rio. É de autoria da Elvira Vigna que é escritora e crítica de arte, com formação em letras e arte, e mestrado em teoria da significação pela UFRJ. Último livro publicado: "Deixei ele lá e vim", 2006, Companhia das Letras.

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Fake

Acho que ninguém mais pensa a sério em conceitos como verdade, pureza, início. Daí a curiosidade com uma exposição chamada Fake, do Grupo DOC, na Galeria 90. Se existe um fake, é porque existe alguma coisa que não seja.

Fake Fake Fake

Já o papelzinho de apresentação mostra que não é por aí. De Nietzsche a Baudrillard, passando pelo Aurélio com suas definições de pastiche, plágio, mimese, paródia etc., o texto deixa claro que o fake apresentado reivindica adequadamente o título de verdadeiro, o verdadeiro hoje só podendo ser o fake assumido.

Resta um aspecto que tem mais a ver com o vocabulário literário do que com o das artes visuais e que é o da metáfora.

A metáfora traz uma questão de complementaridade, seja como paralelismo ou oposição, entre os campos diegético e extradiegético.

(Agravada aqui pela virtualidade de um e outro: a exposição é de fotos, vídeos.)

O caso é que o Fake do Grupo DOC tem o fake e seu abismo de espelhos, e tem também um desejo de referência, ainda que metafórica, já que referência “toute courte” é uma impossibilidade filosófica. Há um universo, se não verdadeiro, puro ou inicial, pelo menos posto em paralelo - e incessantemente reabsorvido. E isso dá uma impressão de unidade composta por diferenças - que é a própria definição do que seja uma metáfora.

Assim é nas notas de dinheiro com ídolos pop, na cabeça romana feita de espuma, ou no irônico vídeo sobre história da arte.

Mas metáforas e outras construções de linguagem se completam na cabeça de quem as vê/lê. E, para isso, é preciso supor uma cultura uniformizada, comum, que compartilhe valores e símbolos, o que é mais uma dificuldade em época de pulverização de tribos, de agudo ressurgimento de grupos.

Existe um outro tipo de conceituação de construções artísticas, sem referentes ou metáforas. É o orgânico. Nasceu no período romântico do Século XIX mas o exemplo mais citado é o de James Joyce. O artista partiria de um núcleo - fragmento de memória ou experiência - que incha e cresce segundo critérios estéticos, como o som das palavras ou a textura da tinta. O defeito dessa teoria é a idéia de que há um conteúdo inicial sem forma (o fragmento de memória) que conquistará sua forma à medida que se afaste desse conteúdo inicial. Uma tautologia das boas, ausente, que bom, dessa exposição.

Então, recapitulando: o fake é fake assumido, em um mundo sem referências, onde também não há organicidades fechadas em suas peles; esse fake usa a metáfora como um simulacro de exterioridade, sendo que metáforas, infelizmente, também são uma construção e, pior, sujeitas a um compartilhamento cultural cada vez mais raro. O humor - porque tudo isso é feito com humor - se dá no nanossegundo em que você percebe isso.

E aí, que remédio, só rindo.

O que prova a eficácia do grupo.

6.5.07

E foi só....

E foi só eu botar uma foto com uma moça de bikini que a galera saiu clicando direto no meu Flickr. Vocês são mesmos uns....ah deixa pra lá.

Já entendi que tem que mostrar carne e pele pra vocês se interessarem.

o IDCard ainda vive!

Este é um projeto coletivo que iniciei em 2003, para coletar fotos de identidade da galera do Fotolog.

O projeto ainda está vivo. Se você ainda tem a sua conta no Fotolog, escaneia a foto rapidinho, e manda!

Obrigada.

5.5.07

Constelar

Conheço o astrólogo Dimitri Camiloto desde 2002 ( ele namorava uma amiga de uma amiga de um amigo e eu ainda era casada com o primeiro marido) quando resolvi fazer o meu mapa astral. Semana passada, voltei lá, 5 anos depois, para obter uma leitura melhor ainda, pois as estrelas me estão mais favoráveis hoje. Como lá em Singapura onde eu moro não tem essas coisas de pai-de-santo nem de astrologia que falem o meu idioma (sim, como boa carioca faço todos os oráculos e previsões das conjunturas), resolvi querer saber de tudo em carioquês mesmo e vindo de pessoas muito queridas. A próxima consulta será só no ano que vem quando voltar de férias do meu novo emprego lá em Singa.

Pois eis que Dimitri além de astrólogo, também é antropólogo. Recentemente criou o blog CONSTELAR onde ele bota as duas coisas para funcionar: fala das conjunturas astrológicos de fatos relevantes na sociedade e política contemporâneas.

Vocês por acaso sabiam que Saturno em Leão provocou os últimos 2 anos de tensão para o governo israelense?

Ou que "Em se tratando da França, a conjunção entre Lua e Vênus ocorrida no equinócio da primavera cai na casa V [21/3/2007, 00:56, Paris], colocando as mulheres em evidência e com boas chances de cativar a população. A reta final e o primeiro turno das eleições francesas tiveram o Sol transitando pela conjunção Lua-Vênus e colocaram Ségolène Royal no segundo turno, contra o líder Nicolas Sarkhozy"? Amanhã comprovaremos...

O blog é detalhadíssimo: vem com o mapa astral desses eventos, com marcações, observações, interpretações, o que para os aficionados deve ser uma delícia. Fora isso, há uma seção de atualizações no site que anuncia o 11o. Congresso de Astrologia na América Latina, e curiosidades como a descoberta de que o planeta Éris é o verdadeiro regente de Touro.

Depois da consulta, o Dimi falou que estava interessadíssimo na China e tudo o que acontece no Oriente e comentei que a queda da bolsa de Pequim em fevereiro ocorreu exatamente durante o ano novo lunar chinês, na entrada do ano do porco.

2.5.07

Novas fotos no Flickr


Rio de Janeiro
Originally uploaded by flowerbomb.
Depois da Ásia, Brasil.

Daqui a alguns dias estarei rumo à Escandinávia...