6.7.04

Adoração ao feminino

Pois é.
Fiquei longe um tempo.
Sem assunto.

Estava lendo Código da Vinci, aliás, sensacional.

O mais interessante não é necessariamente o thriller, mas as informações históricas de arte que são absolutamente maravilhosas para quem gosta de história medieval e de arte como eu. Pode ser baboseira pura de um autor americano com um nome pra lá de comum (Dan Brown) com bestseller #1 segundo o NewYork Times, mas que é maravilhoso observar os clitóris em formato de rosa nas portas das catedrais medievais é (leia o livro para saber porque). E o livro todo recai como um ode às mulheres, à "adoração do feminino", ao mito de Maria Madalena como esposa e mãe do filho de Jesus, como a mulher sendo o centro da civilização ocidental mas tendo sido acachapada pela decisão de uns poucos romanos oportunistas no século 4 que definiram Deus como sendo Homem. Idéia absurda essa, o Homem sendo o criador quando quem cria é a mulher.

Mas não sou tão bobinha a ponto de achar que só o Código da Vinci basta para entender os símbolos dos cavaleiros templários e histórias de ordens medievais secretas e o significado da rosa ou da cruz em toda a história do cristianismo e por extenso a história do ocidente. O livro apresenta isso de forma mastigadinha, fácil de entender. Depois do Código da Vinci, peguei o livro "The Power of Myth" de Joseph Campbell e está tudo ali, todos os símbolos da era cristã descritos de forma implacável. E lendo estes dois livros lembrei-me de toda a literatura sobre as ordens secretas cristãs, como os cavaleiros Templários, os Rosa-Cruzes, os Maçons, e tudo se encaixa perfeitamente. Depois do Poder do Mito, encontrei um antigo livro comprado num sebo cubano sobre arquitetura gótica, e novamente, a simbologia da adoração do feminino está toda ali, as rosas como símbolo supremo de maria madalena, o cálice como símbolo de fertilidade, a espada como símbolo de virilidade, as portas das catedrais no formato de grandes vaginas decoradas com cenas do juízo final querendo significar a entrada do espírito para dentro do corpo divino, para dentro da igreja em formato de cruz...

Esses medievais, com todo o seu obscurantismo eram realmente geniais. E foram graças a eles que todo o conhecimento da antiguidade sobreviveu...

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