Fui na inauguração das duas: a da galera dos anos 80 e a da galera dos anos 00. A melhor? não sei dizer. Gostei de ver que quem participou do grande evento de 1984 finalment aprendeu a fazer arte, pois algumas pinturas lá dos anos 80, embora promissoras, eram muito ruins. Mas tudo bem, só Picasso e outros raros casos foram gênios aos 20 anos. O importante é reconhecer as sementes do bom talento de um artista nessa idade tenra. E é muito interessante ver o percurso de um artista ao longo de 20 anos, seus erros e acertos, as escolhas feitas por x ou y material, as imagens e sínbolos que caíram e outras novas que eram tímidas na juventude e passaram a ser dominantes nos dias de hoje.
Na exposição do Parque Lage, é exatamente a energia descontrolada dos jovens que se vê. Não importa tanto a qualidade, realmente, o que importa mesmo é o tesão qu se tem pela coisa. Tesão nos novos existe de sobra, mas incrivelmente achei tudo numa escala super intimista. A maioria dos trabalhos era de pequeno formato, dava até pra carregar debaixo do braço. Fora algumas performances, que continuo achando o ponto fraco da arte contemporânea, e poucas instalações, grande parte dos trabalhos era de parede ou cabia num pedestal. Obviamente tinha muita porcaria mas alguns nome promissores já começam a surgir: Felipe Barbosa ( o "golden boy" da arte contemporânea, esse quase não conta, já é unanimidade), Eduardo Costa, Eduardo Berliner, Lúcia Laguna (uma das melhores pintoras dessa leva, põe a Beatriz Milhazes no chão), Márcia Lisboa, Amalia Giacomini, Marco Antonio Portela. Pode ser que numa segunda visita destaque outros. Mas atenção a estes nomes. Eles podem ser o futuro da nossa arte brasileira.
MAS, vale ressalvar que embora 140 artistas novos tenham participado desta exposição, isto não significa que sejam os únicos 140 ou os melhores. COnheço muitos, mas muitos artistas jovens por aí que não estavam lá mas dão de 10 em alguns trabalhos que vi expostos. A galera do Figura, do Projeto Subsolo por exemplo não estavam lá, mas mereciam. Atenção a estes também, lição de que o Parque Lage não ocupa mais o centro do universo da arte contemporânea, embora seja um polo significativo, mas apenas mais um.
15.7.04
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