21.8.05

ø

Meu querido Rafael Galvão,

Sabendo que você é apenas um paraíba (sic.), gostaria de comentar sobre a minha passagem no seu Diário do Rio, aliás, post longo e demasiado interessante, que eu, como mera descendente de holandeses( a despeito de meus tamancos), tive o prazer de ler, e encontrar o meu nomezinho lá, além de poder refrescar a memória de uma noite realmente inesquecível com fellow blogueiros que leio frequentemente.

Eu sei que o Rafael é um rapaz modesto porém ferino nas palavras ainda que adocicado por um melodioso falar matogrossense. Tive o imenso prazer de sentar ao seu lado no Amarelinho, reduto áureo da boemia do centro carioca e lugar definitivo dos encontros bloguísticos cariocas. Mas não sei se é porque blogueiro passa muito tempo no computador, mas eu nunca vi tanto homem, assim dizendo em bom norueguês...nø øssø. Eu sei que não existe uma lapona em cada esquina do Rio de Janeiro, muito menos em Maceió onde vive o nosso ilustre blogueiro supra-mencionado linhas acima, mas juro que fiquei impressionada, como toda boa filha de belgas ficaria...

Citando o post do nosso amigo piauiense em itálico e costurando no meio de suas distintas palavras:

Enquanto eu olhava para a língua tripartida do Bia,

...aliás, süper sexy....

a Isabel apareceu.

essa sou eu!

A Isabel tem cara de sueca mandona.

Até aí, gostei. Enquanto a Carol empunhava aquele chicotinho no Amarelinho, eu a observava e pensava -- será que ela sabe usar isso tão bem quanto eu? Até porque ninguém sabe que me chamam por aí de Loba Má.

Como para mim sueca e alemã é a mesma coisa,

...e para mim baiano, sergipano, e boliviano é tudo paraíba sem pescoço e inguenorante,

a Isabel tem cara de guarda feminina de campo de concentração nazista.

e você queria ter sido um judeuzinho sob minha tutela, não é, malvadinho?

Meu tipo, minha tara inconfessável.

Coisa de quem leu muita revistinha pornô sueca na adolescência. Quantas vezes eu já tive que ouvir isso e aguentar pelo menos 5 minutos de conversa com o cara olhando pra mim meio babando e fazendo flashback mental das fotos pornôs na cabeça, achando que toda sueca é ninfomaníaca. A cantada que geralmente segue dá pena e nem vale a pena comentar. Sem falar no comentário-clichê-de-quem-não-tem-nada-mais-o-que-dizer: "tem muito suicídio na suécia, né?". seguida da típica pergunta: "como é a vida em genebra?" É como se eu tivesse perguntado se a capital do brasil era buenos aires, se os macacos de estimação brasileiros sentam-se à mesa com os donos, e que horror viver em um país em que crianças são chacinadas todos os dias nas praias de ipanema.

Mas ela é artista, e todo artista fala umas coisas esquisitas e sempre mete Derrida no meio

Derri-who?

, e eu não entendi lhufas do que ela falou.

até que eu me lembre era português o idioma da conversa. não é isso que falam lá na sua cidade natal de Palmas?

Ela falava e eu fazia "hum-hum" e tentava passar uma imagem de inteligente: a gente faz uma cara de quem não está entendendo porra nenhuma e balança a cabeça, assim como se tivesse Parkinson. Não colou.

Eu achei mesmo que você tinha um tique estranho, rapaz. Agora entendi!

Tenho que ensaiar mais.

Tenta abrir um blog. Talvez funcione.

Perdi duas horas dando em cima dela. Passava a mão na sua coxa e ela me dava um toco. Passava a mão no seu braço e ela virava a mão no meu nariz. Passava a mão nos seus cabelos e ela derramava um copo de chope em cima de mim. Ainda não tenho certeza, mas algo me diz que a Isabel não foi com a minha cara.

Francamente, depois de você me chamar de nazista, você acha que tem alguma chance?