Abro o jornal de manhã e, além, das notícias cada vez mais devastadoras sobre o tsunami no Oceano Índico, leio a nota de obituário de Susan Sontag, grande ensaísta americana, que revolucionou o pensamento sobre a imagem fotográfica na era contemporânea (entre outras coisas), leitura obrigatória para estudantes de arte e cultura, artistas, e pessoas inteligentes e esclarecidas em geral...
Descobri Susan Sontag um pouco tarde, confesso. Mas o seu efeito sobre como penso sobre a "imagem" não é menos efetivo. Há alguns meses fiz um post sobre ela na ocasião de um artigo publicado por ela na New York TImes Magazine sobre as fotos de Abu-Ghraib. Ao mesmo estava lendo "On the Pain of Others", livro maravilhoso sobre questões de ética e imagem no fotojornalismo. Vale realmente a pena a leitura.
O mundo da cultura e das idéias perde uma mente brilhante...
Como homenagem, o BoH inclui abaixo um pequeno trecho do livro "On Photography", publicado pela primeira vez em 1977:
Humankind lingers unregenerately in Plato's cave, still reveling, its age-old habit, in mere images of the truth. But being educated by photographs is not like being educated by older, more artisanal images. For one thing, there are a great many more images around, claiming our attention. The inventory started in 1839 and since then just about everything has been photographed, or so it seems. This very insatiability of the photographing eye changes the terms of confinement in the cave, our world. In teaching us a new visual code, photographs alter and enlarge our notions of what is worth looking at and what we have a right to observe. They are a grammar and, even more importantly, an ethics of seeing. Finally, the most grandiose result of the photographic enterprise is to give us the sense that we can hold the whole world in our heads -- as an anthology of images.
To collect photographs is to collect the world. Movies and television programs light up walls, flicker, and go out; but with still photographs the image is also an object, lightweight, cheap to produce, easy to carry about, accumulate, store. In Godard's Les Carabiniers (1963), two sluggish lumpen-peasants are lured into joining the King's Army by the promise that they will be able to loot, rape, kill, or do whatever else they please to the enemy, and get rich. But the suitcase of booty that Michel-Ange and Ulysse triumphantly bring home, years later, to their wives turns out to contain only picture postcards, hundreds of them, of Monuments, Department Stores, Mammals, Wonders of Nature, Methods of Transport, Works of Art, and other classified treasures from around the globe. Godard's gag vividly parodies the equivocal magic of the photographic image., Photographs are perhaps the most mysterious of all the objects that make up, and thicken, the environment we recognize as modern. Photographs really are experience captured, and the camera is the ideal arm of consciousness in its acquisitive mood.
Continue reading....
29.12.04
25.12.04
Ano que Vem
Feliz 2005 para todos os que visitam o BoH regularmente e para todos os novos visitantes.
Ano que vem prometo muito mais intensidade nos debates pois estarei fazendo mestrado e produzindo muitos novos trabalhos.
Comentem, divulguem. O BoH em março fará um ano e planejo comemorações.
Um abraço a todos e Boas festas!!
Ano que vem prometo muito mais intensidade nos debates pois estarei fazendo mestrado e produzindo muitos novos trabalhos.
Comentem, divulguem. O BoH em março fará um ano e planejo comemorações.
Um abraço a todos e Boas festas!!
17.12.04
Arte e Blogs
Há alguns meses, a Ana Lucia fez um post muito legal no blog Arte sobre artistas e blogs. Ela aponta, entre outras coisas, que um artista usa o blog como uma extensão de seu atelier, e é realmente verdade. O blog dá acesso à produção de um artistaque uma galeria jamais poderia dar. Aliás, as galerias e colecionadores são muito protetores de suas colecões e as mantém de difícil acesso para um reles mortal. Para mim, arte é um processo participativo e não necessariamente isolado, e os blogs fazem um trabalho excelente em disseminar o trabalho de um artista além de tornar a sua obra 100% participativa. Será que a obra de um artista consiste dos objetos que produz ou a obra de um artista é o seu processo? A resposta é: os dois.
A Ana citou o Book of Hours, quem vos escreve, o Loba Má, quem vos escreve novamente, e o blog do Dudi Maia Rosa, pintor paulista muito fera. O blog do Dudi é uma delícia, posta muitas imagens dos trabalhos em curso, o que nos dá uma perspectiva muito mais pessoal e completa do que uma gélida exposicão numa galeria qualquer. Não que o trabalho do Dudi seja gélido, muitíssimo pelo contrário, mas que numa galeria só vemos os resultados, não vemos a transformação da arte nem do artista. O blog nesse caso seria uma dimensão única de um artista possibilitada apenas através desta engenhoca maravilhosa que inventaram para fazer com que um computador falasse com o outro.
No meu caso, posso dizer que me preocupei em apresentar um projeto bastante coeso e consistente no meu fotolog, sem editar demais o material e ainda me beneficiei de todos os comentários dos visitantes. O contato com o público é tão mas tão importante, que me satisfaz muito mais postar no fotolog do que ver a reação das pessoas na galeria. Tenho tentado manter o Book of Hours como um blog sobre arte e não sobre as notícias do mundo ou do meu universo pessoal que realmente não é tão interessante assim e nem sempre contribui para o meu pensamento sobre arte e se é pessoal, são parábolas de idéias que tenho. Este é um espaço de pesquisa e de curiosidade e amor pela arte.
Acreditem, blogs e arte/artistas já virou tese de mestrado nos Estados Unidos. Acabou de acontecer nesta semana um debate promovido pelo Rhizome.org sobre esta questão e segundo o Tom Moody, minha mais recente descoberta, as pessoas-que-importam-no-mundo-da-arte compareceram em peso. Isto significa que um dos destinos da arte nessa era da informação é a internet, sem dúvida nenhuma, e mesmo os mais tradicionalistas estão começando a entender isto.
A Ana citou o Book of Hours, quem vos escreve, o Loba Má, quem vos escreve novamente, e o blog do Dudi Maia Rosa, pintor paulista muito fera. O blog do Dudi é uma delícia, posta muitas imagens dos trabalhos em curso, o que nos dá uma perspectiva muito mais pessoal e completa do que uma gélida exposicão numa galeria qualquer. Não que o trabalho do Dudi seja gélido, muitíssimo pelo contrário, mas que numa galeria só vemos os resultados, não vemos a transformação da arte nem do artista. O blog nesse caso seria uma dimensão única de um artista possibilitada apenas através desta engenhoca maravilhosa que inventaram para fazer com que um computador falasse com o outro.
No meu caso, posso dizer que me preocupei em apresentar um projeto bastante coeso e consistente no meu fotolog, sem editar demais o material e ainda me beneficiei de todos os comentários dos visitantes. O contato com o público é tão mas tão importante, que me satisfaz muito mais postar no fotolog do que ver a reação das pessoas na galeria. Tenho tentado manter o Book of Hours como um blog sobre arte e não sobre as notícias do mundo ou do meu universo pessoal que realmente não é tão interessante assim e nem sempre contribui para o meu pensamento sobre arte e se é pessoal, são parábolas de idéias que tenho. Este é um espaço de pesquisa e de curiosidade e amor pela arte.
Acreditem, blogs e arte/artistas já virou tese de mestrado nos Estados Unidos. Acabou de acontecer nesta semana um debate promovido pelo Rhizome.org sobre esta questão e segundo o Tom Moody, minha mais recente descoberta, as pessoas-que-importam-no-mundo-da-arte compareceram em peso. Isto significa que um dos destinos da arte nessa era da informação é a internet, sem dúvida nenhuma, e mesmo os mais tradicionalistas estão começando a entender isto.
15.12.04
Macacos me Mordam!
Land of the Free, Home of the Brave. Façam o que quiserem, mas não ofendam o governo!
Todo mundo sabe que o déspota-usurpador americano se parece muito com um macaco. Mas Chris Savido, pintor americano de 23 anos, fez um retrato de Bush usando exatamente macacos para reconstituir o rosto do presidente americano e expôs o quadro numa exposição de arte cujas obras aparecem na revista "Animal Magazine".
Chris Savido
Bush Monkeys
Acrílica sobre tela
2004
foto:Reuters
Só que das 2000 pessoas que visitaram a mostra coletiva de novos artistas no Chelsea Market em NY na semana passada, um administrador do governo ficou putinho e mandou fechar a exposição, ameaçou o curador de prisão e processar o pintor.
Mas o curador transferiu essa obra e outras tantas para a sua Animal Gallery em outro canto da cidade. O que faz com que o Bush continue com a companhia de outros animais em um zoológico particular....Depois esses americanos vêm aqui nos criticar por sermos uma republiqueta das bananas com nossos pequenos caudilhos mortos-de-fome, enquanto a preciosa "freedom of speech" lhes é ameaçada por administradores pequeno-burgueses reacionários do seu próprio governo. Vão se catar macacada ianque!
Leia Mostra de arte em NY é fechada por causa de retrato de Bush
Todo mundo sabe que o déspota-usurpador americano se parece muito com um macaco. Mas Chris Savido, pintor americano de 23 anos, fez um retrato de Bush usando exatamente macacos para reconstituir o rosto do presidente americano e expôs o quadro numa exposição de arte cujas obras aparecem na revista "Animal Magazine".
Chris Savido
Bush Monkeys
Acrílica sobre tela
2004
foto:Reuters
Só que das 2000 pessoas que visitaram a mostra coletiva de novos artistas no Chelsea Market em NY na semana passada, um administrador do governo ficou putinho e mandou fechar a exposição, ameaçou o curador de prisão e processar o pintor.
Mas o curador transferiu essa obra e outras tantas para a sua Animal Gallery em outro canto da cidade. O que faz com que o Bush continue com a companhia de outros animais em um zoológico particular....Depois esses americanos vêm aqui nos criticar por sermos uma republiqueta das bananas com nossos pequenos caudilhos mortos-de-fome, enquanto a preciosa "freedom of speech" lhes é ameaçada por administradores pequeno-burgueses reacionários do seu próprio governo. Vão se catar macacada ianque!
Leia Mostra de arte em NY é fechada por causa de retrato de Bush
14.12.04
Porque nao existem grandes Net Artists
Em 1999 Steve Dietz escreveu sobre os paradoxos da Net Art. Este excelente artigo tenta colocar a Net Art no contexto da arte como nova mídia e traça paralelos com um artigo de Linda Nochlin "Why Have There Been No Great Women Artists?" escrito nos anos 60 sobre mulheres e arte cujo objetivo era responder, através da pergunta aparentemente boba do título, não sobre a qualidade da arte feita por mulheres mas sobre a noção da arte dentro do sistema patriarcal da arte. Dietz tenta fazer a mesma com a pergunta "Why Have There Been No Great Net Artists?"
trechos:
Just as in the 80s it was nearly impossible not to quote Walter Benjamin's "The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction," at the turn of the millennium, it is nearly impossible not to mention the millennium--or Marshall McLuhan's dictat that we always understand new media via old media: the horseless carriage, moving images, broadband or interactive TV.
For many of us, our formative education, our environment, the fishtank we unknowingly swam in, was television, photography, video, conceptual art, music, performance, even computers. Without wanting to claim that the only net artists who are under thirty have with the mojo to be great, it is not hard to imagine that someone who has been programming, whether it is levels of Doom or starlogo, since she was five; who has to go to a museum to know what a dial telephone is; who doesn't automatically equate a keyboard with clerical work; who thinks that chatting online is as real as chatting on the phone; it is not hard to imagine that such a person has had a different education, a different upbringing than those who currently manage the art world apparatus. It is not hard to imagine that she might do something different; something that may have a relation to old media, but which is not necessarily trying to make broadband TV or interactive video or digital photography or electronic music or computer art. It is hard to imagine what this will be; what it will look like; how it will act.
It is just possible that the failure is in our ability to imagine great net art, not in net art's ability to be imagined.
The "problem"... problem
The problem with net art is that it is so opaque.
The problem with net art is that it is so obvious.
The problem with net art is that not everyone can see it.
The problem with net art is that it takes too long.
The problem with net art is that it's ephemeral.
The problem with net art is that it's too expensive.
The problem with net art is that anyone can make it.
The problem with net art is no one supports it.
The problem with net art is that it is being usurped.
The problem with net art is that it's boring.
The problem with net art is that it's too challenging.
The problem with net art is all those plug-ins.
The problem with net art is that it is so reliant on industry standards.
The problem with net art is that it's old hat.
The problem with net art is that it's too new.
The problem is that there is no great net art.
Imagino o que ele diria sobre Net Art em 2005...
trechos:
Just as in the 80s it was nearly impossible not to quote Walter Benjamin's "The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction," at the turn of the millennium, it is nearly impossible not to mention the millennium--or Marshall McLuhan's dictat that we always understand new media via old media: the horseless carriage, moving images, broadband or interactive TV.
For many of us, our formative education, our environment, the fishtank we unknowingly swam in, was television, photography, video, conceptual art, music, performance, even computers. Without wanting to claim that the only net artists who are under thirty have with the mojo to be great, it is not hard to imagine that someone who has been programming, whether it is levels of Doom or starlogo, since she was five; who has to go to a museum to know what a dial telephone is; who doesn't automatically equate a keyboard with clerical work; who thinks that chatting online is as real as chatting on the phone; it is not hard to imagine that such a person has had a different education, a different upbringing than those who currently manage the art world apparatus. It is not hard to imagine that she might do something different; something that may have a relation to old media, but which is not necessarily trying to make broadband TV or interactive video or digital photography or electronic music or computer art. It is hard to imagine what this will be; what it will look like; how it will act.
It is just possible that the failure is in our ability to imagine great net art, not in net art's ability to be imagined.
The "problem"... problem
The problem with net art is that it is so opaque.
The problem with net art is that it is so obvious.
The problem with net art is that not everyone can see it.
The problem with net art is that it takes too long.
The problem with net art is that it's ephemeral.
The problem with net art is that it's too expensive.
The problem with net art is that anyone can make it.
The problem with net art is no one supports it.
The problem with net art is that it is being usurped.
The problem with net art is that it's boring.
The problem with net art is that it's too challenging.
The problem with net art is all those plug-ins.
The problem with net art is that it is so reliant on industry standards.
The problem with net art is that it's old hat.
The problem with net art is that it's too new.
The problem is that there is no great net art.
Imagino o que ele diria sobre Net Art em 2005...
Mais sobre mictorios duchampianos
Só para desvendar os mistérios do mictório de Duchamp, a obra mais influente da arte moderna, a blogueira e crítica de arte Sheila Leirnerdá no post dela "Abacaxi" um scoop sobre a assinatura da obra, "R. Mutt".
"....obre o ready-made, ele me pergunta se penso que nos indagamos suficientemente sobre o significado da assinatura R. MUTT colocada sobre a Fonte da qual Alfred Stieglitz fêz a foto modêlo de 1917 para ilustrar The Richard Mutt Case. Para quem não sabe, este é o título da “carta aberta aos americanos” que Duchamp escreveu quando o urinol foi recusado pelo juri do Salão dos Independentes em Nova York e que foi publicada no primeiro número da revista O Homem Cego criada por ele e seus amigos. Um pouco assim como quando o júri do salão de Brasília recusou o famoso Porco de Nelson Leirner, que hoje está na Pinacoteca de São Paulo.
Richard Mutt é o nome de uma fábrica de aparelhos sanitários em Nova York, mas o professor Cornovitch avança uma outra hipótese. Segundo ele, “Mutt em inglês é um palavrão que significa “idiota, imbecil, cretino” (o que em francês moderno e corrente seria “sale con”). Ele pensa que aos olhos de um germanista como Duchamp, R. Mutt pode ser lido ainda como “Armut” que, em alemão significa “pobreza”, “indigência”, “penúria”, “incapacidade”. A frase “Geistige Armut” quer dizer “pobreza de espírito”. Em inglês, como em alemão, a palavra soa portanto pejorativa, mortificadora e humiliante, em acordo com o uso do objeto que, na sociedade moderna, serve à evacuação da urina. “Será que essa obra de Duchamp, pergunta o professor, não trataria também de um esvaziamento generalizado dos valores, servindo também como uma concha, uma bacia ou uma 'fonte' onde enxaguamos os olhos dos nossos preconceitos?”
Como sempre, mesmo depois de 100 anos, o puto continua atiçando a brasa. Duchamp é o único artista conceitual realmente original. O resto é tudo cópia.
"....obre o ready-made, ele me pergunta se penso que nos indagamos suficientemente sobre o significado da assinatura R. MUTT colocada sobre a Fonte da qual Alfred Stieglitz fêz a foto modêlo de 1917 para ilustrar The Richard Mutt Case. Para quem não sabe, este é o título da “carta aberta aos americanos” que Duchamp escreveu quando o urinol foi recusado pelo juri do Salão dos Independentes em Nova York e que foi publicada no primeiro número da revista O Homem Cego criada por ele e seus amigos. Um pouco assim como quando o júri do salão de Brasília recusou o famoso Porco de Nelson Leirner, que hoje está na Pinacoteca de São Paulo.
Richard Mutt é o nome de uma fábrica de aparelhos sanitários em Nova York, mas o professor Cornovitch avança uma outra hipótese. Segundo ele, “Mutt em inglês é um palavrão que significa “idiota, imbecil, cretino” (o que em francês moderno e corrente seria “sale con”). Ele pensa que aos olhos de um germanista como Duchamp, R. Mutt pode ser lido ainda como “Armut” que, em alemão significa “pobreza”, “indigência”, “penúria”, “incapacidade”. A frase “Geistige Armut” quer dizer “pobreza de espírito”. Em inglês, como em alemão, a palavra soa portanto pejorativa, mortificadora e humiliante, em acordo com o uso do objeto que, na sociedade moderna, serve à evacuação da urina. “Será que essa obra de Duchamp, pergunta o professor, não trataria também de um esvaziamento generalizado dos valores, servindo também como uma concha, uma bacia ou uma 'fonte' onde enxaguamos os olhos dos nossos preconceitos?”
Como sempre, mesmo depois de 100 anos, o puto continua atiçando a brasa. Duchamp é o único artista conceitual realmente original. O resto é tudo cópia.
Literatura e Novela pelo celular
"A literatura chegou à telefonia celular. Sem grande divulgação, o projeto Celuler (www.celuler.com.br) - um serviço de recebimento de textos de autores nacionais e internacionais em celular - está há um mês ganhando adeptos na base do boca a boca. Atualmente, conta com cerca 220 celulares cadastrados, mas a meta é atingir a marca dos 3.500 até fevereiro, adianta seu idealizador Luiz Mendonça, dono de uma empresa de telecomunicações responsável pelo desenvolvimento e administração do projeto. ''A idéia é formar leitores, as pessoas que lêem sabem que o gosto vem do hábito'', comenta Mendonça. ''Além disso, para o autor publicar um livro é caro, demorado e, como no projeto ele está comprometido a escrever, acaba formando uma obra e pode reuni-la em livro. Outro objetivo nosso é dar apoio a novos autores.' "
Escritores, blogueiros, noveleiros, infiltrem-se no celular da galera!!!
Escritores, blogueiros, noveleiros, infiltrem-se no celular da galera!!!
13.12.04
Julian Opie
Desculpem se estou promovendo os ingleses ultimamente, mas é que eles são os melhores do mundo hoje em dia.
Vejam site de Julian Opie, original até o último pixel. A interface do site tem tudo a ver com as simulações eletrônicas das paisagens que pinta. Perfeita expressão para aqueles, que, como eu, cresceram jogando Atari e Nintendo. É óbvio que a estética computacional iria provocar a imaginação de alguém da minha geração.....
Vejam site de Julian Opie, original até o último pixel. A interface do site tem tudo a ver com as simulações eletrônicas das paisagens que pinta. Perfeita expressão para aqueles, que, como eu, cresceram jogando Atari e Nintendo. É óbvio que a estética computacional iria provocar a imaginação de alguém da minha geração.....
11.12.04
Vencedor do Turner Prize 2003: Grayson Perry.
Olhem a figura que está na foto. Um travesti? Um praticante de sadô-masô? É o artista plástico e ceramista Grayson Perry que acaba de ganhar o Turner Prize, o prêmio de artes plásticas mais importante da Inglaterra, e um dos mais importantes do mundo. Ganhou o Turner ano passado, virou lenda.
Este artista é antes de tudo um ceramista. Faz ânforas, vasos, potes de todos os tamanhos. Até aí nada demais, até reparar nos desenhos que estão nos vasos. Cenas da vida contemporânea como modelos entediadas, comentários sobre o world trade center, etc...Gosto de seu trabalho porque é absolutamente pessoal e fácil de assimilar. É como se os potes e urnas fossem seu diário pessoal. O suporte seja a cerâmica ou o bordado, ou a ilustração, suportes geralmente não associados com a Alta Arte aliados a um requinte de técnica impressionante transformam esses desenhos, inicialmente banais, em algo universal, podendo ser apreciados como obra de arte, e, agora, entre as melhores produções do mundo. Gosto principalmente de como ele descreve suas obras.
Dolls at Dungeness, September, 11th 2001
"Immediately after the attack on the twin towers, the media seemed to be full of reports of prejudice and anger from all sides. In this pot the toys are just as much the bigots and aggressors as the war planes flying overhead, both are inanimate objects on to which we project our feelings. My father helped to build Dungeness Nuclear Power Station."
E este é um dos meus favoritos. Porque tem tudo a ver com algo que escrevi aqui.
Video Installation (1999)
"Here are listed ten sorts of work that I feel have become clichés in contemporary art. The novel soon becomes orthodox." 25cms
E por último, outro trabalho cujo conteúdo tem tudo a ver com o meu trabalho, o dos Espaços do Tédio...
Boring Cool People (1999)
"I'd been to see the Patrick Caulfield exhibition at the Hayward Gallery and I was thinking how contemporary the paintings looked. I've placed a collection of stylish young trendies in a 1950's modern interior. They all look bored and are boring because they are scared of making a mistake. They wear the right kind of clothes, have the right kind of ideas. They are not creative."
60 cm
9.12.04
Leilao de Fotografia no Rio de Janeiro
A minha obra está hoje na capa do Fotosite, anunciando o leilão de fotos do Ateliê da Imagem que ocorrerá no dia 17 de dezembro no Atelie Da Imagem, no rio de Janeiro. É uma oportunidade de adquirir obras de grandes fotógrafos a preços muito muito pequenos, e o meu trabalho está lá também. Procurem por Isabel Löfgren, e aumentem o lance inicial da minha obra aqui. Os lances podem ser dados online, e você aparece no leilão, arremata, e ainda leva uma linda obra de arte para casa. Muitos jovens profissionais com amor à arte iniciam suas coleções privadas de arte desta forma, comprando obras de artistas jovens e consagrados por valore muito abaixo do mercado. É uma excelente oportunidade
Essa minha obra está sendo com lance mínimo de R$50,00 e alguém já prescreveu por R$80,00.
Isabel Löfgren
[search: "pink" filetype:jpg] mostrando 1,380 de 87,456 resultados
Impresão digital fotográfica
60 x 35 cm
2004
Quanto mais alto for o lance inicial, mais chances terei de vender esse trabalho por um preço bom, podendo custar R$200 ou R$ 250, ou seja, bem abaixo do preço de mercado. Façam seus lances!
E como o trabalho é uma impressão digital, ainda leva um CD com o arquivo para reimprimir caso alguma coisa aconteça com a obra e mais um certificado de autenticidade assinado por mim.
Essa minha obra está sendo com lance mínimo de R$50,00 e alguém já prescreveu por R$80,00.
Isabel Löfgren
[search: "pink" filetype:jpg] mostrando 1,380 de 87,456 resultados
Impresão digital fotográfica
60 x 35 cm
2004
Quanto mais alto for o lance inicial, mais chances terei de vender esse trabalho por um preço bom, podendo custar R$200 ou R$ 250, ou seja, bem abaixo do preço de mercado. Façam seus lances!
E como o trabalho é uma impressão digital, ainda leva um CD com o arquivo para reimprimir caso alguma coisa aconteça com a obra e mais um certificado de autenticidade assinado por mim.
8.12.04
O novo Moma e a nova historia da arte
Tenho lido muito sobre a inauguração do novo Moma, uma abertura polêmica por vários motivos. Primeiro o prédio antigo, que era um ícone da arquitetura moderna, foi substituído por um edifício lindo de morrer com uma circulação completamente diferente. Mudança de estilo, mudança de estratégia.
O Moma foi a primeira instituição criada para abrigar e dar nexo à produção moderna, que, em 1928, quando foi inaugurado o Moma original, ainda estava em plena ebulição. Como juntar cubistas, fauvistas, surrealistas, dadaistas, futuristas, expressionistas e metafísicos debaixo de um mesmo teto? Existe realmente uma ligação entre cada um? É possível estabelecer uma cronologia entre todas essas vertentes? Como contar a história de uma arte (ou de uma época) que veio como uma explosão? Por onde começamos, quem vem depois de quem, ou deve ser visto junto de quem? No antigo prédio, a coleção começava com um Cézanne. E até hoje, Cézanne era tido como o pai do modernismo, o primeiro a deslocar o olhar de um classicismo latente para a modernidade. Ele simplificou a representação da natureza e do espaço pictórico em termos de cones, cilindros, e esferas, uma espécie de mote de construção para suas paisagens e uma pesquisa intensa na construção da imagem. A arte se tornara científica, com consciência. A vitória da razão e da ética, e o final do ilusionismo.
Paul Cézanne. The Bather. c. 1885. Oil on canvas, 50 x 38 1/8" (127 x 96.8 cm). Lillie P. Bliss Collection
Mas hoje, isso mudou. Na entrada do novo MOMA, reinaugurado depois de 7 anos de reformas, houve mudanças estratégicas em como as peças da coleção do museu foram dispostas, o que, consequentemente, muda a história da arte tal como estudávamos e apreciávamos até hoje. Entra o lado Pop como determinante da cultura moderna e contemporânea, entra a questão da imagem, entra o individualismo pós-moderno, saem a forma, a estética, e as linhas modernas.
Paul Signac
Against the Enamel of a Background Rythmic with Beats and Angels, Tones and Colors, Portrait of Félix Fénéon
1890
Esta imagem de Paul Signac, um pintor menor em sua época, substitui o pai do modernismo, Cézanne, com os seus "Banhistas", na entrada da coleção de pintura. Segundo o trecho do artigo, o diretor do Moma Glenn Lowry, não considera mais Cézanne como o pai do modernismo, mas como um pintor clássico rebelde,. Ele acredita que é necessário "... to keep up with what is happening today and be willing to go back to historical moments, identify what gaps there are and then pursue them with a relentless commitment."
No lugar dele, bem na entrada da exposição botou um Signac, pintor pointilista (um movimento quase isolado) que considero de pouca genialidade e profundamente chato, como um precursor da vertente pop e da exaltação da "celebridade", reforçado por um punhado de Warhols mais tarde na mesma exposição. Ele quis exaltar um impressionismo-pop que nunca existiu como tal para justificar a santificação de Warhol, em detrimento ao grande expressionista abstrato Pollock, que antes ocupava o trono de artista americano mais importante. (Mas ouvi boatos de pessoas que pagaram os $20 dolares de entrada que tem um punhado de Cézannes pequenininhos na primeira sala, pertinho do Signac, mas não é a mesma coisa).
Saem Cézanne e Pollock, entram Signac e Warhol. Ok, ainda estou digerindo esse Signac pois o Warhol já é sagrado, o artista mais importante da segunda metade do século 20. Mas me pergunto porque não puseram um Duchamp como frontispício? Ele tem muito mais a ver com o Warhol e cia. do que um Signac medíocre. Mas a história é escrita pelos vencedores, sempre.
E um oportunismo que muda as coisas não só em nível da instituição, mas em nível de mercado também. O Moma dá o passo para a leitura da arte do momento. Quem expõe no Moma entra no pantheon das artes e o estilo do artista passa a virar tendência, movimento, etc. Os Signacs serão leiloados a preços recordes, enquanto outros pintores serão desvalorizados.
Phillip Taaffe
Beatriz Milhazes
Franz Ackermann
No entanto, não me surpreende a escolha desse quadro porque me lembrou muito os quadros de alguns artistas contemporâneos como Beatriz Milhazes, do americano Phillip Taffe, e do alemão Franz Ackermann. Digamos que possam pertencer à mesma genealogia. Conhecendo esses pintores contemporâneos e sabendo que cada um tem uma legião de seguidores além de serem muito valorizados no mercado internacional, não me surpreende que este Signac tenha sido escolhido para fazer o link entre uma vertente da pintura contemporânea e as raízes do modernismo. Mesmo sabendo que o Moma tem como uma de suas diretrizes principais mostrar a história do modernismo, detonar um Cézanne assim por uma obra tão fraca como essa do Signac é de doer. Esse quadro do Signac tem uma visualidade tão específica que quase exclui todo o resto. E os 3 pintores citados acima são apenas 3 de um universo de imagens gigantesco. Porque afunilar a visão? Ter Cézanne como pai tornava tudo mais flexível.
Ao mesmo tempo, me pergunto: quem foi mesmo que determinou que Cézanne foi o pai do modernismo, e sob qual ponto de vista, para favorecer a quem? Eu sou daquelas para quem Cézanne reina absoluto, é fora de questão rebaixá-lo por causa de uma "moda" do início do milênio, mas talvez por vários historiadores pensarem assim é que congelaram Cézanne no topo quando talvez outros pintores da mesma época tivessem contribuições tão importantes quanto a dele. Claro, Monet, Manet, Gauguin, Renoir (argh!), todos foram geniais. Mas Signac?
Um trecho do ensaio The Tomb of Modernity publicado na Axess, por Mark Irving:
"...Astute visitors, however, will pay particular attention to the way Moma has now reopened the story of the modern. Instead of Rodin's St John the Baptist Preaching, which used to stand outside the galleries, pointing to Cézanne's The Bathers, Lowry has decided to start the collection with Signac's 1890 Portrait of Félix Feneon. This, he says, is "a great magical gesture that essentially raises the curtain on the very idea of modernity. It is Signac's greatest picture, though he's not the artist you'd usually pick." Dispensing with the Cézanne (Lowry claims it is a "rétardaire picture, still wrestling with Poussin") and highlighting instead Feneon—the Parisian critic, collector, impresario and anarchist—is a telling move.
"It's about showmanship, the masses, about a fundamentally different moment," he continues. "It's almost the same date as The Bathers, but it's about the curtain coming up on popular culture, breaking through the screen of avant-garde art. It pinpoints the notion of celebrity and offers us references to Warhol later in the hang."
This, then, is how Moma has recast the history of modern art as seen from our times, with showmanship and celebrity culture the dominant thread. Each generation retells history its own way, but is this really where the march of progress has taken us? It risks appearing as just a repackaging of those features of modern art that conveniently mimic our current, transitory obsessions. But for Lowry, the story of modern art is not complete without the canonisation of Andy Warhol, the original media-savvy, celebrity-driven artist. "Of the giants of this period, he is the guy," says Lowry. "Pollock is already over." "
O Moma foi a primeira instituição criada para abrigar e dar nexo à produção moderna, que, em 1928, quando foi inaugurado o Moma original, ainda estava em plena ebulição. Como juntar cubistas, fauvistas, surrealistas, dadaistas, futuristas, expressionistas e metafísicos debaixo de um mesmo teto? Existe realmente uma ligação entre cada um? É possível estabelecer uma cronologia entre todas essas vertentes? Como contar a história de uma arte (ou de uma época) que veio como uma explosão? Por onde começamos, quem vem depois de quem, ou deve ser visto junto de quem? No antigo prédio, a coleção começava com um Cézanne. E até hoje, Cézanne era tido como o pai do modernismo, o primeiro a deslocar o olhar de um classicismo latente para a modernidade. Ele simplificou a representação da natureza e do espaço pictórico em termos de cones, cilindros, e esferas, uma espécie de mote de construção para suas paisagens e uma pesquisa intensa na construção da imagem. A arte se tornara científica, com consciência. A vitória da razão e da ética, e o final do ilusionismo.
Paul Cézanne. The Bather. c. 1885. Oil on canvas, 50 x 38 1/8" (127 x 96.8 cm). Lillie P. Bliss Collection
Mas hoje, isso mudou. Na entrada do novo MOMA, reinaugurado depois de 7 anos de reformas, houve mudanças estratégicas em como as peças da coleção do museu foram dispostas, o que, consequentemente, muda a história da arte tal como estudávamos e apreciávamos até hoje. Entra o lado Pop como determinante da cultura moderna e contemporânea, entra a questão da imagem, entra o individualismo pós-moderno, saem a forma, a estética, e as linhas modernas.
Paul Signac
Against the Enamel of a Background Rythmic with Beats and Angels, Tones and Colors, Portrait of Félix Fénéon
1890
Esta imagem de Paul Signac, um pintor menor em sua época, substitui o pai do modernismo, Cézanne, com os seus "Banhistas", na entrada da coleção de pintura. Segundo o trecho do artigo, o diretor do Moma Glenn Lowry, não considera mais Cézanne como o pai do modernismo, mas como um pintor clássico rebelde,. Ele acredita que é necessário "... to keep up with what is happening today and be willing to go back to historical moments, identify what gaps there are and then pursue them with a relentless commitment."
No lugar dele, bem na entrada da exposição botou um Signac, pintor pointilista (um movimento quase isolado) que considero de pouca genialidade e profundamente chato, como um precursor da vertente pop e da exaltação da "celebridade", reforçado por um punhado de Warhols mais tarde na mesma exposição. Ele quis exaltar um impressionismo-pop que nunca existiu como tal para justificar a santificação de Warhol, em detrimento ao grande expressionista abstrato Pollock, que antes ocupava o trono de artista americano mais importante. (Mas ouvi boatos de pessoas que pagaram os $20 dolares de entrada que tem um punhado de Cézannes pequenininhos na primeira sala, pertinho do Signac, mas não é a mesma coisa).
Saem Cézanne e Pollock, entram Signac e Warhol. Ok, ainda estou digerindo esse Signac pois o Warhol já é sagrado, o artista mais importante da segunda metade do século 20. Mas me pergunto porque não puseram um Duchamp como frontispício? Ele tem muito mais a ver com o Warhol e cia. do que um Signac medíocre. Mas a história é escrita pelos vencedores, sempre.
E um oportunismo que muda as coisas não só em nível da instituição, mas em nível de mercado também. O Moma dá o passo para a leitura da arte do momento. Quem expõe no Moma entra no pantheon das artes e o estilo do artista passa a virar tendência, movimento, etc. Os Signacs serão leiloados a preços recordes, enquanto outros pintores serão desvalorizados.
Phillip Taaffe
Beatriz Milhazes
Franz Ackermann
No entanto, não me surpreende a escolha desse quadro porque me lembrou muito os quadros de alguns artistas contemporâneos como Beatriz Milhazes, do americano Phillip Taffe, e do alemão Franz Ackermann. Digamos que possam pertencer à mesma genealogia. Conhecendo esses pintores contemporâneos e sabendo que cada um tem uma legião de seguidores além de serem muito valorizados no mercado internacional, não me surpreende que este Signac tenha sido escolhido para fazer o link entre uma vertente da pintura contemporânea e as raízes do modernismo. Mesmo sabendo que o Moma tem como uma de suas diretrizes principais mostrar a história do modernismo, detonar um Cézanne assim por uma obra tão fraca como essa do Signac é de doer. Esse quadro do Signac tem uma visualidade tão específica que quase exclui todo o resto. E os 3 pintores citados acima são apenas 3 de um universo de imagens gigantesco. Porque afunilar a visão? Ter Cézanne como pai tornava tudo mais flexível.
Ao mesmo tempo, me pergunto: quem foi mesmo que determinou que Cézanne foi o pai do modernismo, e sob qual ponto de vista, para favorecer a quem? Eu sou daquelas para quem Cézanne reina absoluto, é fora de questão rebaixá-lo por causa de uma "moda" do início do milênio, mas talvez por vários historiadores pensarem assim é que congelaram Cézanne no topo quando talvez outros pintores da mesma época tivessem contribuições tão importantes quanto a dele. Claro, Monet, Manet, Gauguin, Renoir (argh!), todos foram geniais. Mas Signac?
Um trecho do ensaio The Tomb of Modernity publicado na Axess, por Mark Irving:
"...Astute visitors, however, will pay particular attention to the way Moma has now reopened the story of the modern. Instead of Rodin's St John the Baptist Preaching, which used to stand outside the galleries, pointing to Cézanne's The Bathers, Lowry has decided to start the collection with Signac's 1890 Portrait of Félix Feneon. This, he says, is "a great magical gesture that essentially raises the curtain on the very idea of modernity. It is Signac's greatest picture, though he's not the artist you'd usually pick." Dispensing with the Cézanne (Lowry claims it is a "rétardaire picture, still wrestling with Poussin") and highlighting instead Feneon—the Parisian critic, collector, impresario and anarchist—is a telling move.
"It's about showmanship, the masses, about a fundamentally different moment," he continues. "It's almost the same date as The Bathers, but it's about the curtain coming up on popular culture, breaking through the screen of avant-garde art. It pinpoints the notion of celebrity and offers us references to Warhol later in the hang."
This, then, is how Moma has recast the history of modern art as seen from our times, with showmanship and celebrity culture the dominant thread. Each generation retells history its own way, but is this really where the march of progress has taken us? It risks appearing as just a repackaging of those features of modern art that conveniently mimic our current, transitory obsessions. But for Lowry, the story of modern art is not complete without the canonisation of Andy Warhol, the original media-savvy, celebrity-driven artist. "Of the giants of this period, he is the guy," says Lowry. "Pollock is already over." "
7.12.04
Subversao com o Google
E a galera pirando com o Search Art, arte feita com mecanismos de busca, como o eterno Google -- uma das modalidades de Net Art preferida, I wonder why. Muitos e muitos artistas usam o Google como fornecedor de matéria-prima para imagens que irão fazer parte das suas obras, outros, infiltram-se pelo mecanismo de busca através das palavras-chave, e outros através dos anúncios. Certamente os criadores do Google, ou de qualquer mecanismo e busca não imaginariam que vários artistas, como eu, focassem suas obras nas buscas, aparentemente banais, utilitárias, sem nenhum sentido aparente. Olhem novamente, prestem atenção na confluência de palavras e imagens, na ordem dos links, nos múltiplos significados de uma única palavra, e começa a semiótica, a web semântica, etc, etc, etc. Search and you shall see.....
"The Google AdWords Happening
by Christophe Bruno, April 2002
Ubenhagen
Iterature
How to lose money with your art
At the beginning of April, a debate took place on rhizome.org mailing list, about how to earn money with net art. It suggested to me an answer to an easier problem : how to spend money with my art (if you understand everything on how to spend money, you should in principle understand also how to earn money, because of conservation laws...)
I decided to launch a happening on the web, consisting in a poetry advertisement campaign on Google AdWords . I opened an account for $5 and began to buy some keywords. For each keyword you can write a little ad and, instead of the usual ad, I decided to write little "poems", non-sensical or funny or a bit provocative.
I began with the keyword "symptom". The first ad I wrote was :
[Words aren't free anymore
bicornuate-bicervical uterus
one-eyed hemi-vagina
www.unbehagen.com ]
As soon as the campaign was launched, I was able to see the results. Every time somebody was looking for the word "symptom" in Google, they could see my ad in the top right corner of the page.
My first satisfaction occured when somebody who had typed "hemorroid symptom" on Google arrived on my website, after having clicked on my ad.
I decided to explore this new world and to launch several campaigns. Each of them was to be a targeted poetic happening of a new kind."
Conheça melhor este projeto...
"The Google AdWords Happening
by Christophe Bruno, April 2002
Ubenhagen
Iterature
How to lose money with your art
At the beginning of April, a debate took place on rhizome.org mailing list, about how to earn money with net art. It suggested to me an answer to an easier problem : how to spend money with my art (if you understand everything on how to spend money, you should in principle understand also how to earn money, because of conservation laws...)
I decided to launch a happening on the web, consisting in a poetry advertisement campaign on Google AdWords . I opened an account for $5 and began to buy some keywords. For each keyword you can write a little ad and, instead of the usual ad, I decided to write little "poems", non-sensical or funny or a bit provocative.
I began with the keyword "symptom". The first ad I wrote was :
[Words aren't free anymore
bicornuate-bicervical uterus
one-eyed hemi-vagina
www.unbehagen.com ]
As soon as the campaign was launched, I was able to see the results. Every time somebody was looking for the word "symptom" in Google, they could see my ad in the top right corner of the page.
My first satisfaction occured when somebody who had typed "hemorroid symptom" on Google arrived on my website, after having clicked on my ad.
I decided to explore this new world and to launch several campaigns. Each of them was to be a targeted poetic happening of a new kind."
Conheça melhor este projeto...
6.12.04
Quem elegeu o mictorio???
Respondendo à dúvida da Cinthia do Precious Illusions no post que ela fez sobre as obras mais influentes da arte moderna:
Quem participou da pesquisa?
Um público especializado de galeristas, curadores, artistas que votaram baseados em quais obras achavam que tiveram maior influência sobre o desenvolvimento da arte no século 20. Não era um pesquisa sobre "qual é a sua obra de arte preferida", mas sim "qual a obra de arte mais influente" portanto completamente desvencilhada de gosto ou opinião, mas sim de importância histórica. É como se Ulysses de James Joyce tivesse sido eleito a obra de literatura mais influente do século 20, incontestável, né? Mas eu nunca li Joyce, e não sei se vou entender ou gostar, mas reconheço seus méritos por uma perspectiva histórica.
Este artigo do Independent mata a charada:
Fountain' most influential piece of modern artBy Louise Jury, Arts Correspondent
02 December 2004
>
It was A sculpture that tore through the very notion of art and shook the cultural establishment to its foundations.
Now, 87 years after he created it, Marcel Duchamp's white urinal, Fountain , was named yesterday as the most influential piece of modern art in a survey of leading figures of the art world.
With one simple act - taking an everyday object, signing it, naming it and proclaiming it a work of art - Duchamp ripped up all received notions and paved the way for artists such as Tracey Emin to present her unmade bed and Damien Hirst to unveil his shark.
In a poll conducted for Gordon's Gin as sponsors of this year's Turner Prize, a large majority of the leading artists, dealers, critics and curators named it as the work of art that has had the most impact on art today.
The 1917 original is now lost, although a replica is on view at Tate Modern, which also owns the third most influential work on the list - the Marilyn Diptych by Andy Warhol, one of the famous screenprint paintings he made after the actress's death in 1962.
In second place was Pablo Picasso's Les Demoiselles d'Avignon, which has been long regarded by many as the first great piece of modern art and might have been expected to top the poll.
Picasso's astonishing indictment of war, Guernica , was also named, as was Henri Matisse's The Red Studio , in which he developed the idea of art being about pure colour in its own right. However, the different categories among the 500 experts polled differed in their opinions. The artists voted overwhelmingly for Duchamp but also rated Donald Judd and Joseph Beuys. None of them voted for Matisse.
Simon Wilson, an independent curator and author who used to work for the Tate, said the results of the research were absolutely fascinating.
"The choice of Duchamp's Fountain as the most influential work of modern art, ahead of works by Picasso and Matisse, comes as a bit of a shock, but is not surprising," he said.
"It reflects the dynamic nature of art today and the idea that the creative process that goes into a work of art is the most important thing, and that the work itself can be made of anything and can take any form. The fact that none of the artists voted for Matisse is also quite unexpected. My guess is that his art is seen by artists as too lacking in edge and engagement with the real world."
The research was done by talking to 500 experts and devising a list of 20 major works. The respondents were asked to pick their top three. The aim was to identify key art pieces to help the public understand more about the inspiration and creative process."
Quem participou da pesquisa?
Um público especializado de galeristas, curadores, artistas que votaram baseados em quais obras achavam que tiveram maior influência sobre o desenvolvimento da arte no século 20. Não era um pesquisa sobre "qual é a sua obra de arte preferida", mas sim "qual a obra de arte mais influente" portanto completamente desvencilhada de gosto ou opinião, mas sim de importância histórica. É como se Ulysses de James Joyce tivesse sido eleito a obra de literatura mais influente do século 20, incontestável, né? Mas eu nunca li Joyce, e não sei se vou entender ou gostar, mas reconheço seus méritos por uma perspectiva histórica.
Este artigo do Independent mata a charada:
Fountain' most influential piece of modern artBy Louise Jury, Arts Correspondent
02 December 2004
>
It was A sculpture that tore through the very notion of art and shook the cultural establishment to its foundations.
Now, 87 years after he created it, Marcel Duchamp's white urinal, Fountain , was named yesterday as the most influential piece of modern art in a survey of leading figures of the art world.
With one simple act - taking an everyday object, signing it, naming it and proclaiming it a work of art - Duchamp ripped up all received notions and paved the way for artists such as Tracey Emin to present her unmade bed and Damien Hirst to unveil his shark.
In a poll conducted for Gordon's Gin as sponsors of this year's Turner Prize, a large majority of the leading artists, dealers, critics and curators named it as the work of art that has had the most impact on art today.
The 1917 original is now lost, although a replica is on view at Tate Modern, which also owns the third most influential work on the list - the Marilyn Diptych by Andy Warhol, one of the famous screenprint paintings he made after the actress's death in 1962.
In second place was Pablo Picasso's Les Demoiselles d'Avignon, which has been long regarded by many as the first great piece of modern art and might have been expected to top the poll.
Picasso's astonishing indictment of war, Guernica , was also named, as was Henri Matisse's The Red Studio , in which he developed the idea of art being about pure colour in its own right. However, the different categories among the 500 experts polled differed in their opinions. The artists voted overwhelmingly for Duchamp but also rated Donald Judd and Joseph Beuys. None of them voted for Matisse.
Simon Wilson, an independent curator and author who used to work for the Tate, said the results of the research were absolutely fascinating.
"The choice of Duchamp's Fountain as the most influential work of modern art, ahead of works by Picasso and Matisse, comes as a bit of a shock, but is not surprising," he said.
"It reflects the dynamic nature of art today and the idea that the creative process that goes into a work of art is the most important thing, and that the work itself can be made of anything and can take any form. The fact that none of the artists voted for Matisse is also quite unexpected. My guess is that his art is seen by artists as too lacking in edge and engagement with the real world."
The research was done by talking to 500 experts and devising a list of 20 major works. The respondents were asked to pick their top three. The aim was to identify key art pieces to help the public understand more about the inspiration and creative process."
5.12.04
Book of Hours :: Reloaded
Na última semana tenho dado um trato no Book of Hours, o que não fazia desde que abri o blog no final de março de 2004.
Só Arte
Em termos "editoriais" o Book of Hours continua sendo um blog dedicado exclusivamente à arte, à arte com novas mídias, ao processo criativo, a jovens artistas, e à minha arte (quadros, instalações, e desenhos). Nada de diário pessoal nem clipping de notícias do mundo em geral. O B.o.H. é para aficcionados da arte e de seus desdobramentos no mundo contemporâneo, como eu.
Visual
Criei um header novo, mudei o template, porque não acredito em manter o mesmo visual por muito tempo, e o template do blogger que escolhi antes era um pouco branco demais. Minimalismo tem limite. MAS, preciso da ajuda de alguém que entenda de XML para eliminar o espaço branco em volta da imagem do header, e o espaço vazio logo acima da coluna de links para que o visual fique como quero, sem lacunas no header. Infelizmente, não entendo de XML o suficiente sem estragar o código todo. Para me ajudar, é só baixar o código da página no "view source" e me ensinar como fazer.
Coluna de Links
Em um palestra que dei em 23/09/2004 sobre o meu trabalho de arte usando Google, o projeto Imagem-Código, um dos espectadores me perguntou se existia algum site na internet que resumisse para um leigo esse universo da arte digital, ou net-art, ou arte com novas mídias. Disse que existia uma multitude de sites, blogs, projetos online, portfolios de artistas, e até hotsites de museus e instituições e de exposições que lidam especificamente desta questão. A função do Book of Hours também é esta, apresentar um panorama da arte na internet. Os novos links estão na coluna ao lado, divididos em categorias.
Portfolios
Se você é artista, músico, video-artista, ou coisa parecida e quer divulgar seu site no B.o.H, deixe um comentário com o seu link e uma breve descrição do seu trabalho que ele vira post poucos dias depois e ainda ganha um link na coluna esquerda!
Se você, leitor deste blog tiver algum link interessante, acha que está faltando alguma coisa, ou gostaria de ter o seu portfólio online divulgado aqui, deixem suas URLs nos comentários.
Obrigada!
Só Arte
Em termos "editoriais" o Book of Hours continua sendo um blog dedicado exclusivamente à arte, à arte com novas mídias, ao processo criativo, a jovens artistas, e à minha arte (quadros, instalações, e desenhos). Nada de diário pessoal nem clipping de notícias do mundo em geral. O B.o.H. é para aficcionados da arte e de seus desdobramentos no mundo contemporâneo, como eu.
Visual
Criei um header novo, mudei o template, porque não acredito em manter o mesmo visual por muito tempo, e o template do blogger que escolhi antes era um pouco branco demais. Minimalismo tem limite. MAS, preciso da ajuda de alguém que entenda de XML para eliminar o espaço branco em volta da imagem do header, e o espaço vazio logo acima da coluna de links para que o visual fique como quero, sem lacunas no header. Infelizmente, não entendo de XML o suficiente sem estragar o código todo. Para me ajudar, é só baixar o código da página no "view source" e me ensinar como fazer.
Coluna de Links
Em um palestra que dei em 23/09/2004 sobre o meu trabalho de arte usando Google, o projeto Imagem-Código, um dos espectadores me perguntou se existia algum site na internet que resumisse para um leigo esse universo da arte digital, ou net-art, ou arte com novas mídias. Disse que existia uma multitude de sites, blogs, projetos online, portfolios de artistas, e até hotsites de museus e instituições e de exposições que lidam especificamente desta questão. A função do Book of Hours também é esta, apresentar um panorama da arte na internet. Os novos links estão na coluna ao lado, divididos em categorias.
Portfolios
Se você é artista, músico, video-artista, ou coisa parecida e quer divulgar seu site no B.o.H, deixe um comentário com o seu link e uma breve descrição do seu trabalho que ele vira post poucos dias depois e ainda ganha um link na coluna esquerda!
Se você, leitor deste blog tiver algum link interessante, acha que está faltando alguma coisa, ou gostaria de ter o seu portfólio online divulgado aqui, deixem suas URLs nos comentários.
Obrigada!
Furo de Reportagem
O No Escribo para Pocos cantou, o LLLredirecionou, e Book of Hours publicou o post sobre as 5 obras de arte moderna mais influentes que só saiu hoje no Segundo Caderno do jornal O Globo. Claro que isso saiu na imprensa esta semana, mas nenhum carioca não-blogueiro estava sabendo.
Book of Hours também é utilidade pública.
Obrigado LLL e No escribo para pocos!
Book of Hours também é utilidade pública.
Obrigado LLL e No escribo para pocos!
4.12.04
Chirsto no Central park
Quando eu era estudante de arte nos anos 90, a minha grande paixão era a confluência da arte com a arquitetura. Queria ser uma Land Artist, e devorava qualquer publicação sobre o assunto, especialmente as obras de Christo, aquele que empacota edifícios pelo mundo afora.
Em parceria com a mulher, Jeanne-Claude, a dupla já empacotou o Pont Neuf em Paris, o Reichstag em berlim, além de criar a obra "Running Fence", uma cerca de pano de centenas de quilômetros de comprimento no estado da California, terminando com um mergulh dentro do Pacifico. Entre uma obra realizada e outra, produzem vários desenhos/colagens/gravuras de ilustrações dos projetos e ganham uma nota. É assim que os land artists se mantêm vivos, enquanto não entra uma comissão, vendem prints em galerias e assim também ganham visibilidade.
A Ana Lúcia do Arte diz:
Ele já empacotou o Museu de arte contemporânea de Chicago, a Pont Neuf em Paris e também monumentos em Roma e Milão. Em 1995, eu assisti ao começo dos trabalhos de « empacotamento » do Reichstag em Berlim, projeto que começou nos anos 70 e se concretizou apenas depois da queda do muro. Na época, vi o resultado virtual através de cartoes postais e o resultado « real », eu vi somente através de fotografias.
Pois a partir da semana que vem a equipe de Christo e de sua colega Jeanne-Claude começam a trabalhar em um novo projeto no Central Park em Nova Iorque, que consiste em instalar no parque 7 500 portões de aço cobertos de tecido. O projeto estará pronto em fevereiro do ano que vem.
Em parceria com a mulher, Jeanne-Claude, a dupla já empacotou o Pont Neuf em Paris, o Reichstag em berlim, além de criar a obra "Running Fence", uma cerca de pano de centenas de quilômetros de comprimento no estado da California, terminando com um mergulh dentro do Pacifico. Entre uma obra realizada e outra, produzem vários desenhos/colagens/gravuras de ilustrações dos projetos e ganham uma nota. É assim que os land artists se mantêm vivos, enquanto não entra uma comissão, vendem prints em galerias e assim também ganham visibilidade.
A Ana Lúcia do Arte diz:
Ele já empacotou o Museu de arte contemporânea de Chicago, a Pont Neuf em Paris e também monumentos em Roma e Milão. Em 1995, eu assisti ao começo dos trabalhos de « empacotamento » do Reichstag em Berlim, projeto que começou nos anos 70 e se concretizou apenas depois da queda do muro. Na época, vi o resultado virtual através de cartoes postais e o resultado « real », eu vi somente através de fotografias.
Pois a partir da semana que vem a equipe de Christo e de sua colega Jeanne-Claude começam a trabalhar em um novo projeto no Central Park em Nova Iorque, que consiste em instalar no parque 7 500 portões de aço cobertos de tecido. O projeto estará pronto em fevereiro do ano que vem.
Sad, but True
Comentário colhido no Canal Contemporâneo sobre uma competição de bolsas de arte por um ano:
Jovens pintores, pintores desconhecidos, pintores tardiamente reconhecidos ou não, nada de ódio, revolta ou ilusão. vocês não terão chance!!
Nesta jovem arte moderna, concreta, neoconcreta, contemporânea, (SEM CHANCE) neste país, do terceiro mundo com a idade da monalisa, onde críticos, curadores e outros pensam e agem como a cinquenta anos atrás eles odeiam pintura e pintores, tirem retratos eles vão adorar. Não gastem seu dinheiro com potifólios.
Enviado por : JOSÉ BERNNÔ em outubro 28, 2004 04:19 PM
Jovens pintores, pintores desconhecidos, pintores tardiamente reconhecidos ou não, nada de ódio, revolta ou ilusão. vocês não terão chance!!
Nesta jovem arte moderna, concreta, neoconcreta, contemporânea, (SEM CHANCE) neste país, do terceiro mundo com a idade da monalisa, onde críticos, curadores e outros pensam e agem como a cinquenta anos atrás eles odeiam pintura e pintores, tirem retratos eles vão adorar. Não gastem seu dinheiro com potifólios.
Enviado por : JOSÉ BERNNÔ em outubro 28, 2004 04:19 PM
3.12.04
Ranking das obras de arte moderna mais influentes
5 gênios tiveram suas obras apontadas como as mais influentes do século 20.
1 - The Fountain, Marcel Duchamp, 1917
2 - Les Demoiselles D'Avignon, Pablo Picasso, 1906
3 - Marilyn, Andy Warhol, 1961
4 - Guernica, Pablo Picaso 1937
5 - O quarto vermelho, Henri Matisse
"Urinol de Duchamp influenciou mais que "Guernica", diz pesquisa,"
LONDRES (Reuters) - Um urinol branco com uma assinatura em preto ficou na frente de duas famosas pinturas de Pablo Picasso em uma pesquisa britânica para descobrir as cinco obras de arte moderna mais influentes do mundo.
"Fountain", o urinol criado por Marcel Duchamp em 1917, ficou em primeiro lugar, superando "Les Demoiselles d'Avignon" e "Guernica", de Picasso, que ficaram em segundo e quarto lugar, respectivamente, na pesquisa com 500 trabalhos de arte moderna considerados importantes.
Em terceiro lugar, na enquete realizada pelo organizador do Prêmio Turner e pelo fabricante de gim Gordon, ficou a obra "Marilyn Diptych", de Andy Warhol, e em quinto, "The Red Studio", de Henri Matisse."
Duchamp foi eleito o primeiro porque ele foi quem possibilitou toda a arte da segunda metada do século 20, que é quase inteiramente conceitual, ou derivada de conceitualismos. Ganhou a obra mais não-formal, uma obra que alia a alta e a baixa cultura justificando boa parte dos movimentos artísticos americanos como a arte pop e seus derivados na arte contemporânea, cuja grande questão é justamente o conflito da origem da imagem. Duchamp fio um daqueles poucos que redefiniu a arte e abriu novas possibidades.
Picasso, em segundo lugar, foi responsável pela revolução da forma com o cubismo. Demoiselles D'Avignon é importante por vários motivos, promoveu a quebra total do plano e iniciou a quebra da representação, trouxe elementos não-ocidentais como máscaras africanas como elementos pictóricos e com isso criou uma verdadeira revolução do olhar.
Warhol não foi o primeiro a aliar a alta e a baixa cultura, mas foi o que melhor o fez. Apropriou imagens de revistas e jornais, deu à sopa enlatada status de obra de arte, iniciou a imagem serial, incluiu a fotografia como um fazer da arte e não como algo separado e mergulhou fundo no mundo das celebridades inclusive criando a si próprio como tal. Até hoje é difícil pensar em fazer apropriação de imagens sem considerar que ele foi o melhor.
Picasso, novamente, com Guernica é a única obra que não concordo estar entre as 5 mais. É um quadro importante, sem dúvida, mas é um cubismo, digamos assim, popular. Não chega aos pés do Demoiselles D'Avignon em termos de revolução do olhar que ele, ainda garoto, conseguiu fazer. São muitas as obras importantes de Picasso, mas de todas o Demoiselles D'Avignon é definitivamente o único que mereceria estar aqui no topo.
E por último veio a genialidade da cor com um dos melhores quadros de Matisse, O Quarto Vermelho. Tem aspecto formal, com certeza, mas essa não é a questão do quadro. Matisse reinventou a cor dentro da arte moderna, e, nesse domínio é insuperável, e possivelmente o melhor colorista de todos os tempos.
Eu definitivamente incluiria Mondrian nessa lista, ao invés de Guernica. Mondrian resumiu todas as tendências construtivas do início do século em sua obra, e abriu caminhos para toda a arte geométrica que veio depois. Para o Brasil, a presença de Mondrian nessa lista seria fundamental, dado que a nossa arte moderna tem uma característica concreta e construtiva muito forte.
Do LLL via No Escribo Para Pocos. Obrigada!
1 - The Fountain, Marcel Duchamp, 1917
2 - Les Demoiselles D'Avignon, Pablo Picasso, 1906
3 - Marilyn, Andy Warhol, 1961
4 - Guernica, Pablo Picaso 1937
5 - O quarto vermelho, Henri Matisse
"Urinol de Duchamp influenciou mais que "Guernica", diz pesquisa,"
LONDRES (Reuters) - Um urinol branco com uma assinatura em preto ficou na frente de duas famosas pinturas de Pablo Picasso em uma pesquisa britânica para descobrir as cinco obras de arte moderna mais influentes do mundo.
"Fountain", o urinol criado por Marcel Duchamp em 1917, ficou em primeiro lugar, superando "Les Demoiselles d'Avignon" e "Guernica", de Picasso, que ficaram em segundo e quarto lugar, respectivamente, na pesquisa com 500 trabalhos de arte moderna considerados importantes.
Em terceiro lugar, na enquete realizada pelo organizador do Prêmio Turner e pelo fabricante de gim Gordon, ficou a obra "Marilyn Diptych", de Andy Warhol, e em quinto, "The Red Studio", de Henri Matisse."
Duchamp foi eleito o primeiro porque ele foi quem possibilitou toda a arte da segunda metada do século 20, que é quase inteiramente conceitual, ou derivada de conceitualismos. Ganhou a obra mais não-formal, uma obra que alia a alta e a baixa cultura justificando boa parte dos movimentos artísticos americanos como a arte pop e seus derivados na arte contemporânea, cuja grande questão é justamente o conflito da origem da imagem. Duchamp fio um daqueles poucos que redefiniu a arte e abriu novas possibidades.
Picasso, em segundo lugar, foi responsável pela revolução da forma com o cubismo. Demoiselles D'Avignon é importante por vários motivos, promoveu a quebra total do plano e iniciou a quebra da representação, trouxe elementos não-ocidentais como máscaras africanas como elementos pictóricos e com isso criou uma verdadeira revolução do olhar.
Warhol não foi o primeiro a aliar a alta e a baixa cultura, mas foi o que melhor o fez. Apropriou imagens de revistas e jornais, deu à sopa enlatada status de obra de arte, iniciou a imagem serial, incluiu a fotografia como um fazer da arte e não como algo separado e mergulhou fundo no mundo das celebridades inclusive criando a si próprio como tal. Até hoje é difícil pensar em fazer apropriação de imagens sem considerar que ele foi o melhor.
Picasso, novamente, com Guernica é a única obra que não concordo estar entre as 5 mais. É um quadro importante, sem dúvida, mas é um cubismo, digamos assim, popular. Não chega aos pés do Demoiselles D'Avignon em termos de revolução do olhar que ele, ainda garoto, conseguiu fazer. São muitas as obras importantes de Picasso, mas de todas o Demoiselles D'Avignon é definitivamente o único que mereceria estar aqui no topo.
E por último veio a genialidade da cor com um dos melhores quadros de Matisse, O Quarto Vermelho. Tem aspecto formal, com certeza, mas essa não é a questão do quadro. Matisse reinventou a cor dentro da arte moderna, e, nesse domínio é insuperável, e possivelmente o melhor colorista de todos os tempos.
Eu definitivamente incluiria Mondrian nessa lista, ao invés de Guernica. Mondrian resumiu todas as tendências construtivas do início do século em sua obra, e abriu caminhos para toda a arte geométrica que veio depois. Para o Brasil, a presença de Mondrian nessa lista seria fundamental, dado que a nossa arte moderna tem uma característica concreta e construtiva muito forte.
Do LLL via No Escribo Para Pocos. Obrigada!
1.12.04
Choose your own color
Tem uma faceta do mundo da arte que é detestável, aquela arte que o comprador adquire só para combinar com a cor da parede e com o sofá. Quer dizer, a obra de arte só é comprada por um mérito decorativo e em geral esse tipo de arte é horrorosamente realista e cafona.
Para facilitar a vida daqueles-que-compram-arte-para-combinar-com-o-sofá o site da galeria Artyx oferece um modo de visualizar os quadros de acordo com o fundo da sua parede para que você não cometa o crime hediondo de comprar um quadro que não "combine" com sua parede lilás, laranja, amarelo-canário, verde-bandeira, gêlo, etc. E além disso, você pode visualizar o tipo de moldura para não errar de jeito nenhum. Chiquérrimo, não?
(puke!)
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