De volta de Buenos Aires. Cidade estranha: linda cidade européia com problemas sul-americanos, cheia de judeus e também nazistas foragidos, excelente comida e restaurantes cheios mas depressão econômica. Adorei a cidade, dá vontade de voltar.
E a exposição ficou o máximo.
No Malba/Fundação Costantini vi Duchamp, ali, na carne. O cara era um gozador. Ao lado, 2 gravuras de Goya da série dos Caprichos, lindas e pequenas, de tirar o fôlego. Mais adiante uma gravura igualmente pequena de Odilon Redon, com olhos flutuantes, olhos-moluscos, como o simbolista francês intitulou.
E um andar abaixo o esquisito Abaporu de Tarsila, estranho gracioso e desastrado no meio de obras de latino-americanos do início do século XX que tentavam ser Picasso ou Léger, querendo entender o cubismo, querendo ser franceses, e no entanto conseguindo cores mais bonitas que os europeus. Mas nada como o Abaporu ali sentado com o cacto e um sol como flor ladeado por uma frida kahlo com um papagaio no ombro e um macaco na cabeça.
Estranhas essas mulheres latino-americanas, Estranho o tal francês.