17.5.04

Re-Construtivismo

Em conversa com outros artistas, chegamos à conclusão que a única saída para a arte contemporânea, e para a arte em geral, é retornar, ou melhor, evoluir, para o construtivismo. Cansamos dessa coisa pós-moderna, pós-estruturalista, pós-linguistica, e principalmente, cansamos dos filósofos alemães (Wittgenstein, Kant, Hegel, Schopenhauer, etc...). Optamos por um retorno aos gregos, por uma visão mais inteira do mundo, por uma visão mais apoiada na lógica do que na ilustração de pensamentos teutônicos. Já vimos a arte morrer de todas as formas, e ressuscitar, e morrer de novo. Sempre tem um Fukuyama de plantão para matar a história do que quer que seja. Cansamos do apocalipse e da paisagem desértica do futuro da ficção científica.

Prefiro arriscar uma vertente construtiva sem a parafernália ideológica dos russos de 1917, para realizar a arte através da construção de conceitos e não destrui-la através do conceito. Destruir é muito fácil, difícil é criar. Duchamp já dessacralizou tudo, não precisamos mais passear por essas bandas. O resto já foi todo visto. A novidade está na construção, mas o que proponho mesmo é re-construir.

Isso obviamente me coloca num lugar muito confortável porque nunca consegui realmente entrar nessa onda do desmembramento, do desarranjo, da des-figuração. O meu trabalho sempre foi orientado à criação de ilusões óticas e à construção de imagens seja a partir de uma referência, seja a partir do zero, ou reconfigurar estilhaços de algo já destruído para criar algo das "cinzas", embora sub-serviente a uma idéia, ou conceito, anterior.

Me parece que esse é um caminho mais fértil. Gosto da arte, não quero matá-la.

1 comment:

  1. Anonymous9:01 pm

    Tô dentro!
    Mesmo porque nunca estive fora da construção...
    copy/paste o seu texto novamente lá no NITE.
    www.osdiascinzentos.blogger.com.br

    Saudações construtivistas,
    LC Carvalho
    www.lccarvalho.blogger.com.br

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