24.5.04

Redundâncias e coincidências (I) - Goya e o Iraque

Sempre achei a história meio burra, repetitiva. O homem não aprende nada nunca, sempre faz a mesma merda. Mas é justamente essa qualidade ultra-humana que nos dá as maiores coincidências, algumas totalmente indesejadas.


Autor desconhecido, As torturas de Abu-Ghraib, 2004


Francisco de Goya, The shooting of May 3rd,1808, 1814

Goya era um atento observador das situações humanas, e das des-humanas também. Esse quadro representa uma das melhores pinturas de guerra jamais feitas. Reparem na mesma paleta de cores nas 2 imagens, na tensão das diagonais, tema, posicionamento da vítima quase idêntico e de quem é o único rosto que se vê. É também o único personagem de frente pois os algozes estão escondidos pelas suas costas e pelos seus rifles, como se não tivessem rosto nem particularidade. Este não são retratos de um torturado, são retratos de uma guerra.

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